Uma questão de fé.

“ A luta partidária o que é? Nenhum partido se distingue dos outros pelas ideias que professa. As ideias são sempre as mesmas – poucas, pequenas, mas idênticas. Os partidos têm para as ideias dos seus gastos um mealheiro comum sebento de velhice, de economia e de miséria. O que estabelece as distinções, o que assinala as diferenças, o que suscita os combates, e o que resolve as vitórias é a intriga.” (EÇA DE QUEIRÓS)

Não acredito nas teses maquiavélicas de arranjos parlamentares para se fazer cumprir o que tarda em se fazer cumprir: a suspensão da ADD. Não acredito que a suspensão da ADD seja provocada pela acção parlamentar, na sequência do projecto do CDS/PP que será votado em plenário, no dia 23 do corrente. E não acredito porque nada mudou desde a última tentativa de suspensão da ADD: São os mesmos protagonistas e o mesmo cenário de convulsão nas escolas. Assisti, em directo, à discussão dos projectos do PSD, BE e Verdes. Recordo uma discussão direccionada para as tricas e remoques parlamentares, com oradores pouco ou nada preocupados com a coerência da argumentação. Vi, no cimo da tribuna, parlamentares emproados que discursavam apenas para si e para os seus pares, servindo-se de uma retórica inócua que em nada difere da bazófia de taberna logo após um jogo da bola. É para isto que apelam e se desejam as maiorias parlamentares? Para dar guarita aos detractores da nobre luta política, da negociação e da persuasão pelo argumento?

Fantoches!

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