Dúvida metódica

Face à catadupa de notícias na imprensa escrita de hoje que insinuam o envolvimento de José Sócrates em actividades ilícitas, no caso Freeport, devo ou não preocupar-me com o impacto das acções deste governo relativas à concretização da política educativa?

Prémio dardos

premio_dardosOs blogues Netescrita, Bilros & Berloques, Ruptura Vizela e Correntes presentearam-me com este magnífico prémio. Gosto de teias que estimulam quem recebe uma das pontas; gosto de correntes que promovem o estreitamento das relações blogoEsféricas.

“Com o Prémio Dardos se reconhece o valor que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que em suma demonstram a sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre as suas letras, entre as suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à web. Quem recebe o Prémio Dardos e o aceita deve:

– Escolher 15 outros blogs a quem entregar o Prémio Dardos;
– Linkar o blog pelo qual recebeu;
– Exibir a distinta imagem.”

http://fjsantos.wordpress.com/

http://diasdofim.blogspot.com/

http://correntes.blogs.sapo.pt/

http://professorsemquadro.blogspot.com/

http://rupturavizela.blogs.sapo.pt/

http://msprof.blogspot.com/

http://partilhadosaber.blogspot.com/

http://tempodeteia.blogspot.com/

http://terrear.blogspot.com/

http://nelsonpires.blogspot.com/

http://dias-assim.blogspot.com/

http://coisasdecabeca.blogspot.com/

http://franciscotrindade.blogspot.com/

http://revisitaraeducacao.blogspot.com/

http://edutica.blogspot.com/

http://antero.wordpress.com/

http://fliscorno.blogspot.com/

http://conversamos.wordpress.com/

http://profslusos.blogspot.com/

http://professoresramiromarques.blogspot.com/

http://ocartel.blogspot.com/

http://educar.wordpress.com/

http://outroarcanjo.blogspot.com/

Amnésia ou mau prenúncio?

Ministra admite melhorar condições de professores das actividades extra-curriculares

Como não é crível que se alterem as condições de professores a poucos meses do final do ano lectivo, quando é que a senhora ministra prevê melhorar as condições dos professores? Para o próximo ano lectivo?
hummm… será que os elogios rasgados e expansivos do primeiro-ministro terão provocado uma amnésia? Ou será um mau prenúncio?

Azia sindical

FTrindade desafia-me a desenvolver a afirmação de que há, presumivelmente, problemas mal resolvidos entre os professores e os sindicatos. O desafio não cai em saco roto embora este não seja o momento para outros desenvolvimentos porque, como sugere o PauloP, convém guardarmos munições para o nosso inimigo comum.

Quero precisar que a ordem dos factores não é arbitrária: quando disse que há problemas entre os professores e os sindicatos quis dizer que há professores que não se identificam com a orientação político-sindical deste ou daquele sindicato; ou que não se revêem nas lógicas de acção sindicais.

Quando disse o que disse, não pensei nos professores que consideram que os sindicatos não têm razão de existir porque a profissão docente é uma quase-profissão [creio que esta observação conduzir-nos-ia a outra conversa].

E quando digo que a ordem dos factores não é arbitrária, digo que não é presumível que um sindicato de professores tenha algum problema com um professor. Um sindicato é muito mais do que a sua direcção e só alguém com um patológico complexo de perseguição acreditará que a organização se uniu para o ostracizar.

Finalmente, quando digo que existirão problemas mal resolvidos entre professores e sindicatos digo-o porque não acredito que algum movimento de professores ousaria criar um novo sindicato sem invocar problemas com os sindicatos actuais. 😉

Tiros na água.

«[A adesão foi menor] relativamente ao que estávamos à espera e face ao número que conseguimos juntar no dia 15 de Dezembro, mas isto também reflecte a desorientação em que muitos professores estão, face ao tipo de resistência que lhes está a ser pedida nas escolas, nomeadamente pelas direcções dos sindicatos, sem que ao mesmo tempo haja uma perspectiva de continuidade da luta», afirmou o coordenador à TSF. (in: TSF)

Os movimentos de professores que hoje organizaram uma concentração de professores em frente ao Palácio de Belém não digeriram a fraca mobilização de colegas. Ao invés de procurar as causas da fraca mobilização de professores dentro de portas, Mário Machaqueiro prefere culpar as direcções dos sindicatos pelo fracasso da luta.

Eu prefiro não me desviar do essencial:

1. Já se percebeu que o professorado está focado e imerso no seu trabalho diário e que não é afoito à iniciativa política.

2. Não é possível vencer uma batalha política sem a acção política. E a acção política deve ser consertada, não pode ser voluntarista e inconsequente.

3. Os sindicatos de professores são as únicas organizações socioprofissionais que reúnem as condições mínimas para manter um braço de ferro com o governo em tempo útil, isto é, até às próximas eleições.

4. Os sindicatos só podem enfrentar este governo se tiverem a disponibilidade dos professores para a luta. Muitos professores estarão fartos de política e de luta política! Mas este não é o momento para esmorecer. E sem querer passar uma esponja pelos problemas mal resolvidos entre os professores e os sindicatos, direi que é preciso fixar o alvo central da contestação neste governo. Nas reuniões sindicais a realizar nas escolas há que intervir, participar, eventualmente pressionar as direcções sindicais para agirem de acordo com as deliberações tomadas nessas reuniões.

5. Agora, mais do nunca, é fundamental apoiar as iniciativas dos sindicatos e reforçar o seu poder negocial. Sobretudo agora que chegamos à discussão do essencial: o ECD.

O Canto do Cisne

Acho lamentável que no país a única instituição que quer a avaliação seja o Governo […] (José Sócrates)

Depois de ver rejeitado, pela maioria parlamentar do PS, o projecto de Lei do CDS que visa a suspensão do modelo de Avaliação dos professores, José Sócrates insiste na demagogia. E cada vez que ele se pronuncia sobre os problemas da educação, mais razões assistem aos professores para continuarem a luta num lugar onde o PS jamais terá a maioria e jamais cantará vitórias por antecipação – a escola pública.

Agradecimento público.

Há muitas razões para duvidar e uma só para crer.
(Carlos Drummond de Andrade)

Obrigado, Sra. Ministra da Educação. Não importa se o suscitou de forma involuntária. O que importa é que S. Exa. acabou por contribuir de forma decisiva para o estado de exaltação em que me encontro. Graças às suas políticas educativas que reclamam a minha intolerância face à iniquidade, no meu quotidiano emergem alguns traços de carácter de que tanto me orgulho e que modelam a personalidade da minha herdeira.

Balcanização de carreiras

“Tem faltado ao professorado uma dimensão colectiva, não no sentido corporativo, mas na perspectiva da “colegialidade” docente. Não me refiro a dinâmicas voluntaristas de colaboração, mas sim à instauração de culturas e rotinas profissionais que integrem esta dimensão. A literatura sobre os professores tem vindo a produzir conceitos que aproximam esta idéia (partilha, cooperação, equipas de trabalho, ensino por equipas, desenvolvimento profissional, investigação-acção colaborativa, regulação coletiva das práticas, avaliação inter-pares, co-formação e tantos outros), mas é ainda longo o caminho a percorrer, no plano do pensamento científico e na acção concreta nas escolas.” (António Nóvoa)

Continuo a beber das excelentes fontes que nos são propostas pelo JMA. O texto que hoje me convocou à reflexão foi escrito por António Nóvoa:Os Professores na Virada do Milênio.”
A ser verdade que tem faltado ao professorado uma dimensão colectiva na perspectiva da “colegialidade” docente, num tempo em que as dinâmicas voluntaristas de colaboração disfarçavam a ausência de culturas e rotinas profissionais que integram essa dimensão, o que nos reserva o futuro? Observando com alguma atenção o mosaico de relações pós divisão da carreira (professores titulares e não titulares), sinto que a balcanização de carreiras agravará ainda mais a ausência de “colegialidade”.
Que bom seria se o agravamento desta situação pudesse ser evitado com os apelos à solidariedade nas salas de professores ou com os lembretes que enfatizam a necessidade da acção colectiva e que acabam por morrer nas caixas de correio electrónico.

Como avaliar a custódia escolar?

Albino Almeida, da Confap, frisou não existir nenhuma razão para justificar o fecho de estabelecimentos de ensino, uma vez que o funcionamento das escolas não é apenas assegurado por docentes, mas também por funcionários e auxiliares, que não estão em greve.

Rui Canário refere-se à escola pública «como um “parque de estacionamento” de potenciais desempregados, funcionando o prolongamento dos estudos (no contexto da escola e da formação profissional) como uma panaceia para conter artificialmente os problemas dos desemprego e do subemprego que tendem assumir um carácter endémico e ser minorados através das políticas de educação e de formação (Green, 1997)». A missão “camaleão” da escola não se esgota no quadro de relações entre a escola e o mercado de trabalho. A missão “camaleão” da escola emerge no dia-a-dia escolar e, principalmente, nos dias de greve de professores. A missão de custódia é a principal missão da escola pública. Sendo a principal missão da escola pública a guarda dos alunos, a principal missão do professor é saber como guardar o rebanho aluno.

Será assim tão difícil preparar um modelo de avaliação do desempenho para os “novos” guardas escolares? O pai da nação tem razão: Visto o problema da ADD nesta perspectiva, é realmente muito difícil entender tanta polémica!

Uma lição de vida.

A blogosfera docente está focada no conflito laboral entre professores e o ME. Mas seria um erro pensar que este aparente afunilamento da discussão pode ser explicado por razões narcísicas. Como se o que estivesse em jogo fosse apenas uma visão redutora de profissionalidade. Não ignoro a pluralidade de dimensões motivacionais que levam os professores a agir. Mas seria um erro tremendo não incluir nos motivos da acção o desejo profundo de ser protagonista da sua circunstância. Os professores recusam ser meros operários do ensino. Parecem determinados em rejeitar o papel de “agentes” do ensino em oposição ao papel de “autores” a que se referia Rui Canário neste excelente texto. Ao lutarem pela transformação de uma circunstância iníqua, os professores estão a assinalar um caminho para os seus alunos: Estão a assinalar a intolerância face às injustiças e a dar uma lição prática de política e de cidadania.

Uma definição de demagogia:

Quando uma prática desmente a retórica.

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, apontou hoje, no Porto, “a qualidade, diversidade e equidade” como os desafios do sistema de ensino em Portugal.

Não é difícil concordar com retóricas da equidade e da qualidade. MLR tem razão quando diz que depois das suas políticas é cada vez mais urgente impregnar o sistema de ensino em Portugal de qualidade e de equidade. MLR sabe muito bem que a retórica política sem uma prática que a valide é um exercício de pura demagogia. Por essa razão é que MLR, responsável por uma política que distribuiu, perversamente, os professores por duas carreiras, devia ter algum pejo ao pronunciar-se sobre a equidade no sistema de ensino. Porque não foi capaz de corrigir os desvios iníquos das suas políticas, MLR perde credibilidade e autoridade para projectar o futuro do sistema de ensino. Ou não?

Uma questão de fé.

“ A luta partidária o que é? Nenhum partido se distingue dos outros pelas ideias que professa. As ideias são sempre as mesmas – poucas, pequenas, mas idênticas. Os partidos têm para as ideias dos seus gastos um mealheiro comum sebento de velhice, de economia e de miséria. O que estabelece as distinções, o que assinala as diferenças, o que suscita os combates, e o que resolve as vitórias é a intriga.” (EÇA DE QUEIRÓS)

Não acredito nas teses maquiavélicas de arranjos parlamentares para se fazer cumprir o que tarda em se fazer cumprir: a suspensão da ADD. Não acredito que a suspensão da ADD seja provocada pela acção parlamentar, na sequência do projecto do CDS/PP que será votado em plenário, no dia 23 do corrente. E não acredito porque nada mudou desde a última tentativa de suspensão da ADD: São os mesmos protagonistas e o mesmo cenário de convulsão nas escolas. Assisti, em directo, à discussão dos projectos do PSD, BE e Verdes. Recordo uma discussão direccionada para as tricas e remoques parlamentares, com oradores pouco ou nada preocupados com a coerência da argumentação. Vi, no cimo da tribuna, parlamentares emproados que discursavam apenas para si e para os seus pares, servindo-se de uma retórica inócua que em nada difere da bazófia de taberna logo após um jogo da bola. É para isto que apelam e se desejam as maiorias parlamentares? Para dar guarita aos detractores da nobre luta política, da negociação e da persuasão pelo argumento?

Fantoches!

Carne para canhão.

“No que se refere às expectativas profissionais dos alunos inquiridos, boa parte dos alunos considera vir a desempenhar profissões prestigiadas e qualificadas. No entanto, uma grande proporção de alunos não sabe que profissão terá aos 30 anos, algo que surge bastante relacionado com situações de fracas expectativas escolares e com os alunos dos cursos profissionalmente qualificantes, em especial os alunos dos cursos profissionais e dos cursos de educação e formação.”

Esta é uma conclusão do estudo “Estudantes à Entrada do Secundário” elaborado pelo Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação (GEPE) e que (me) suscita maior apreensão, apesar de eu ter chegado à mesma conclusão pela observação directa. Poder-se-ia pensar que os alunos revelam já um espírito bolonhês de adaptação à mudança porque encaram a empregabilidade como algo de volátil e a exigir uma predisposição para a aprendizagem ao longo da vida. O que seria, desde logo, um bom ponto de partida na entrada dos alunos para o ensino secundário. Mas não será bem isso que esta conclusão sugere. O que a conclusão sugere é que os alunos dos cursos profissionais e dos cursos de educação e formação não escolhem os cursos em função da sua vocação. Bem pelo contrário: serão os cursos a escolher os alunos.

Do dever de honrar compromissos.

Para quem defende a escola [cultural], a aposta na educação como condição de felicidade e prosperidade sociais e pessoais não pode deixar de ser uma aposta no professor. Nesta lógica, é preciso dignificá-lo social e profissionalmente, remunerá-lo em conformidade com esse estatuto e promover a adequada formação contínua. Se é espectável que o Estado garanta todas as condições para elevar o estatuto sócio-profissional do professor, o que é exigível ao docente? Que ele cumpra com proficiência o conteúdo funcional e ocupacional e que zele pela sua auto-formação. Note-se que o cumprimento proficiente do conteúdo funcional é sempre balizado por uma matriz axiológica. Presume-se que a base funcional do desempenho docente resulta de uma “robusta” formação pessoal e social.

Será legítimo avaliar o conteúdo formacional – pessoal e social – de um professor pelo modo como ele honra, ou não, os compromissos por si assumidos, de forma livre e espontânea, a respeito da (não) entrega dos Objectivos Individuais?

Um novo fôlego!

Estive ausente da blogosfera durante 5 dias e com o afastamento compulsivo acabei por perder o ritmo da discussão. Mas nem tudo se perdeu: Acompanhei, em directo, o debate parlamentar dos projectos do PSD, BE e PEV para suspender a avaliação docente e assisti a um espectáculo de péssima qualidade: a discussão propriamente dita não existiu porque a maioria parlamentar escolheu o exercício demagógico, como se estivesse num cenário de campanha eleitoral, para enfatizar os méritos da obra feita pela equipa de MLR, ao invés de discutir o que resta do modelo.

No dia em que regresso à vossa companhia, aguardo com alguma expectativa as conclusões da reunião dos conselhos executivos reunidos em Santarém que decidiram desenterrar a cabeça da areia. Um bem-haja pela coragem e atrevimento de desafiar a tutela.

Adenda: «Os 139 presidentes de órgãos de gestão de escolas hoje reunidos em Santarém decidiram elaborar um manifesto, a entregar “pessoalmente” à ministra da Educação, contendo a sua posição sobre o modelo de avaliação dos professores.

Numa reunião em que chegou a ser “ponderada” a demissão em bloco de todos os presidentes de conselhos executivos (PCE) presentes, estes acabaram por decidir deixar essa discussão “para outra altura”, nomeadamente para o caso de a resposta ao seu manifesto não os deixar “mais tranquilos”.
[…]
“Maria João Igreja, presidente do conselho executivo do Agrupamento de Escolas Alexandre Herculano, de Santarém, disse, no final da reunião, que se prolongou até cerca das 18:00, que os PCE decidiram “reforçar a posição do Conselho de Escolas, pedindo a suspensão do modelo de avaliação”.

Este pedido sustenta-se no facto de considerarem que não é possível levar [este modelo] por diante, mesmo simplificado, porque recaiu nos conselhos executivos todo o trabalho e responsabilidade de o aplicar e porque foi retirada a componente científico-pedagógica, que retira a essência da sua função“, disse.»

[in: http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/3f0ab06ccc22b143794862.html]

A meu ver, os PCE agiram acertadamente ao pedir a suspensão do modelo antes da suspensão em bloco, apesar de todos saberem que a ministra ignorará o apelo. E agiram bem por duas razões: por um lado, recairá sobre o ministério o ónus da irredutibilidade negocial e da teimosia estéril; por outro lado, o espectro da demissão generalizada fará ampliar os efeitos da greve de 19 de Janeiro.

Emudeceu.

Um dos PC’s gripou. O outro, o de reserva, exigiu uns arranjos na pintura. O velhinho portátil exige paciência, muita paciência, e é coisa que me está a faltar neste momento.
Há que aproveitar o tempo para outras leituras… porque nada se perde!

Amanhã outro galo (ou Pinto 😉 ) cantará.

Três semanas decisivas

Nas próximas três semanas serão avaliada(o)s:
1. A coesão (ou fragmentação) da classe face à escolha da melhor alternativa de combate ao Simplex 2;
2. O grau de sintonia entre os professores e a Plataforma Sindical face aos apelos para a não inscrição dos Objectivos Individuais;
3. A capacidade de resistência dos professores através da expressão da greve de 19.

Nas próximas três semanas, depois de analisados os resultados da avaliação de diagnóstico da aptidão da classe docente para a luta de longa duração, reforçaremos a nossa posição política (negocial) ou renunciaremos, definitivamente. E para que não se pense que estou a exagerar no prognóstico, atente às intenções da equipa do ME e da ameaça de retaliar contra professores devido a greves.

Resquícios de um discurso inócuo

lupaDepois de ouvir o discurso do presidente corri para o teclado. Delineei algumas ideias e escrevi meia dúzia de frases. Desisti das frases e fiquei apenas com as ideias. Decido adoptar o estilo do presidente: Escolhi o estilo enigmático. Começo irado para acabar optimista:

  • Discurso do presidente
  • Aplauso generalizado
  • Oposição vê críticas ao governo
  • Governo vê sincronia
  • Professores contam espingardas
  • Presidente não é (nunca foi) um aliado
  • Luta de longa duração
  • Ponderadas as possibilidades de sucesso
  • Insegurança
  • Hesitação
  • Desconfiança
  • Cólera
  • Razão
  • Paixão
  • Energia
  • Acção colectiva
  • Acção colectiva
  • Acção colectiva
  • Acção colectiva
  • Acção colectiva
  • Confiança
  • Paixão
  • Energia
  • Optimismo

Adenda: Vamos lá alinhar as ideias:
O presidente fez um discurso que mereceu um aplauso generalizado de todos os quadrantes políticos. Fez uma análise realista e demarcou-se da retórica alienante que marcou o discurso de natal do 1º ministro. A oposição enfatizou as críticas ao governo e o partido do governo salientou a mensagem de esperança. Os professores que ouviram/leram o discurso esperavam mais. Esperavam um sinal de estímulo bem mais explícito do que um apelo tácito à resistência e à luta. Contadas as espingardas, os professores tiveram a confirmação de que o árbitro é também jogador. O presidente não é (nunca foi) um aliado na luta dos professores contra as políticas educativas neoliberais. Sendo uma luta de longa duração, os professores irão ponderar as possibilidades de sucesso. Sendo uma luta de longa duração, agravar-se-á o sentimento de insegurança. Os professores hesitam e desconfiam dos seus pares, e de si próprios, quando desafiados a ultrapassar o risco. As reacções de cólera requererão uma análise apurada da situação. A paixão é a energia que alimentará a acção colectiva, que gerará mais acção colectiva, mais acção colectiva, e mais e mais acção colectiva. Regressa a confiança que alimenta, retroactivamente, a paixão; que induz energia… e optimismo.

Eis o diagnóstico e uma solução! 😉