Mês: Dezembro 2009
O PS não deseja o Acordo, obviamente!
Cada vez mais me convenço que o senhor Pinto de Sousa não quer um Acordo com os professores. E não quer um acordo com os professores como não quer nenhum acordo parlamentar para continuar a alimentar a ideia de que com esta conjuntura a governação é impossível. É como se dissesse aos eleitores: – Estão a ver? Sem uma maioria parlamentar é o caos!
A meu ver, este prolongamento do diferendo com os professores encaixa perfeitamente na sua estratégia pré-eleitoral de vitimização e de onde subjaz uma ideia de ingovernabilidade, estratégia essa que seria obstaculizada com qualquer tipo de entendimento.
A questão que se coloca é a de saber se Isabel Alçada irá continuar a ser uma figurante neste cenário de eleições antecipadas ou se irá bater com a porta ao senhor Pinto de Sousa saindo deste filme de baixo nível com a sua dignidade imaculada.
6 anos na blogoEsfera e a política do eucaliptal.
[Imagem daqui] O dia em que o outrÒÓlhar comemora 6 anos de intervenção na blogoEsfera ficará marcado pelo fim do estado de graça da equipa que José Sócrates escolheu para o ME. O dia será relembrado pelo dia do Não Acordo. Hoje confirma-se o que há muito tempo os professores vêm prenunciando: Pinto de Sousa é O ministro do governo. Creio que ninguém poderá dizer que ficou surpreendido com o desfecho das negociações, que só diferem das anteriores pelo tom cordato em que se desenvolveram, porque o senhor Pinto de Sousa não sofreu qualquer metamorfose: continua com o mesmo estilo de governação, continua a preferir a política do eucaliptal para a educação, continua a preterir a estabilidade do sistema educativo tornando-o refém de um tacticismo eleitoralista que usa a retórica da negociação apenas para ganhar tempo enquanto se contam espingardas.
PS (salvo-seja): Tal como vaticinei, a FNE respeitará os compromissos assumidos com os professores e não assinará o Acordo. Seria o seu fim se o fizesse. A FNE foi encostada à parede pelas reivindicações claras dos professores.
A bola passou para as mãos do PSD que não sabe bem o que lhe fazer… hummm… o mais provável é atirar a bola para fora para depois ir protestar com o árbitro.
A FNE não é um sindicato autófago!
Invariavelmente, exceptuando os anos da malfadada equipa ministerial que juntou os sindicatos numa plataforma, sempre que se atinge o ponto G nas negociações paira no ar a ideia de que a FNE vai roer a corda. Há uma espécie de vocação natural deste sindicato para os acordos fáceis com governos do bloco central. Só que desta vez eu não acredito que o acordo aconteça:
Em primeiro lugar porque a FNE já afirmou, de forma categórica, que sem quotas não há acordo e o ME não abdicou desta sua bandeira na proposta que agora apresenta aos sindicatos. Eu sei que em política a demagogia faz escola, mas convenhamos: tem de haver limites para a mentira!
E em segundo lugar, a proposta do ME não facilita o trabalho da FNE: sem poder reclamar vitória ou meia vitória, não estou a ver a FNE cavar a sua própria sepultura. É que se o fizesse nem ao PS isso interessaria, como é evidente.
[Ler o acordo de princípios que o ME entregou às associações sindicais.]
Tardou…
Música do outròólhar
Fischer Z – So Long
Fruir o Natal.
Na segunda-feira, a ministra da Educação, Isabel Alçada, anunciou que o 3.º ciclo do ensino básico terá um novo currículo, já a partir do próximo ano lectivo. A carga horária é para manter, logo, a tutela tenciona mexer no número de disciplinas. O objectivo, precisou Alçada, é que os alunos tenham “mais tempo” para trabalhar cada disciplina. Haverá “menos dispersão”, acrescentou. (Público)
Se a ideia é formar sujeitos livres, saudáveis, críticos, ávidos de conhecimento; se a ideia é cuidar dos contextos educativos onde se formam estes sujeitos; a discussão que urge realizar terá de focar-se no cidadão que a Escola deve fabricar.
Comecemos a reconstrução da Escola pelo princípio! Não desperdicemos mais tempo com o acessório, com os meios, com as disciplinas que são sempre instrumentais, que a Escola usa para construir esse cidadão.
Há que fruir da grande mensagem de Natal – a ideia de criação -, para fazer renascer a Escola!
Um Bom Natal, companheir@s de viagem blogosEsférica.