ADD e ECD no Expresso da Meia-noite – Um breve comentário.

Expresso Uma agradável tertúlia, promovida pela Associação de Pais à qual pertenço, não me permitiu assistir, em directo, ao Expresso da Meia-Noite na SICN. Acabo de ver o debate:

. Mário Nogueira adoptou um assertivo estilo conciliador e parece determinado a procurar os consensos necessários para resolver as questões essenciais: divisão da carreira e alteração ao modelo de avaliação;

. Pedro Duarte do PSD revela um elevado sentido de responsabilidade porque evitou protagonismos, quase sempre bloqueadores de consensos, e centrou-se nas duas questões essenciais. Foi sagaz porque soube deslocar a questão da ADD para o ECD e demonstrou que as políticas do anterior governo são débeis porque são conceptualmente erradas, não só no plano político como no plano técnico.

Quando confrontado com o problema do aumento da despesa, após o canto de finados do actual ECD, Pedro Duarte foi ambíguo e deixou escapar a ideia de que a progressão na carreira teria de ser dificultada. Terei entendido mal?

. Diogo Feio fez a intervenção mais acutilante. Espero que a excessiva “generosidade” das propostas do CDS, mesmo no limite da soberba, não seja um factor de bloqueio durante as negociações parlamentares. Qualquer atitude sobranceira será sempre escusada tanto mais que são reconhecidas por todos as iniciativas do CDS na anterior legislatura.

. O representante do Conselho de Escolas fez em discurso na primeira pessoa preferindo olhar árvore quando devia olhar a floresta. Foi lastimável o uso do argumento de que não se poderia romper com o modelo de ADD porque isso significaria desvalorizar o esforço colossal dos titulares e coordenadores de departamento.

. Ao moderador do programa, Ricardo Costa, fez-se a luz: Só agora percebeu que a carreira dividida foi o pretexto para diminuir a despesa com os professores. Valha-me Deus… mais vale tarde.

Bluff

Francisco Assis pede paciência aos professores. Primeiro há que esperar pela discussão do programa do Governo.

Muito bem, Francisco Assis. Vou fazer de conta que acredito que este pedido de paciência aos professores, quiçá meio amedrontado e meio envergonhado, é um sinal de que o PS irá tirar um coelho da cartola no programa do Governo.

Claro que se estivesse mais desperto entenderia esta intervenção de outro modo: pensaria que o líder parlamentar do PS pretende esvaziar o repto que a FENPROF fez à Ministra da Educação para suspender urgentemente o actual modelo de avaliação.

ADD – Será que vale a pena desmistificar o modelo aplicado no ensino privado?

Dizem as boas e as más línguas que o PS vai dar uma pirueta na questão da ADD. Para a realização deste exercício tão demagógico o PS contará com a ajuda do CDS. A ideia é repescar o modelo de avaliação aplicado no ensino privado e cooperativo que mereceu, aliás, o acordo da FENPROF.

Relembro que o anterior governo procurou mistificar o defunto Decreto Regulamentar n.º 11/98, de 15 de Maio de 1998 considerando-o um modelo que legitimava uma não-avaliação.

Proponho-lhe um desafio: descubra as diferenças entre um modelo e outro. E como a descoberta necessita de ser estimulada, deixo-lhe dois excertos relativos à abertura do processo de ADD.

Avaliação_part_coop1

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Não se deixe enganar pelas aparências e vá mais longe à procura do rigor e da excelência da avaliação 8)

[O primeiro fragmento foi extraído daqui; o segundo fragmento foi extraído daqui]

Mexer na ADD e ECD é mexer num mosaico fluído

fluído

A discussão em torno do processo de avaliação dos professores e a eventual alteração do ECD é trespassada por duas dimensões de análise: uma dimensão técnica, que procura a legitimação técnica do modelo de ADD com pressupostos de natureza conceptual e metodológicos; e uma dimensão política, que procura aferir a oportunidade política das alterações, isto é, há que perceber a aceitabilidade do modelo na escola situada, na “opinião pública” e nos meios de comunicação social.

Já não bastava a dificuldade de estabelecer uma discussão “limpa” sobre este processo justamente porque é difícil encontrar um modelo que reúna um elevado consenso entre os especialistas, onde incluo os professores, como ainda temos o problema de estabelecer um acordo entre os nossos agentes políticos “profissionais”, que procuram retirar os máximos dividendos da discussão sabendo que os interesses partidários são muitas vezes antagónicos.

Prever o futuro nestas circunstâncias é impossível porque estamos diante de um mosaico fluído de interesses onde as peças da ADD e do ECD terão de ser substituídas. E como não é possível burilar as peças sem mexer no mosaico, ainda não decidi para onde devo canalizar as minhas energias.

[imagem]

ADD – Repristinar é a solução para ultrapassar o impasse.

“A TSF sabe que José Sócrates continua determinado em seguir em frente com o processo de avaliação dos professores com a nova ministra da Educação, Isabel Alçada. Ouvir aqui.

Repristinar* o ECD e o modelo de avaliação é a solução transitória para superar o impasse que resulta da falta de consenso sobre o modelo de avaliação a adoptar.

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* Repristinar significa repor em vigor uma lei revogada. Daí que uma lei repristinatória é aquela que expressamente declara repor em vigor uma lei, que havia sido revogada por outra, que a lei repristinatória, por seu turno, revogou.

Engendrando uma hipótese do absurdo

Depois de ouvir os comentários de Ana Drago, Margarida Botelho, Nuno Melo, Marcos Perestrello e Marco António Costa no Corredor do Poder [eu sei que era apenas uma conversa de corredor], acerca das duas questões fracturantes na educação, a suspensão da ADD e a revisão do ECD, fiquei convencido que o bom senso irá imperar entre os partidos da oposição que irão votar em uníssono. Num primeiro momento Nuno Melo vacilou na resposta, talvez por desconhecimento da posição oficial do seu partido. Mas não se coibiu de dar a sua opinião pessoal sobre o assunto e acabou por alinhar pelo mesmo diapasão dos restantes comentadores, exceptuando, como é óbvio, a singular opinião do socialista Marcos Perestrello (que já criticou publicamente as políticas de MLRodrigues mas que agora, por acolitagem, digo eu, relativiza os estragos da ministra pretérita).

Face às declarações inequívocas de toda a oposição, resta a JSócrates retirar o coelho da cartola: Incluir no programa do governo as alterações que estão a ser reclamadas pela oposição. Seria uma jogada de mestre. Eu sei que não sou vidente e que raramente acerto nos palpites. Mas se acham que a hipótese é disparatada, o que dirão do improvável convite feito pelo líder do PS, relembro que foi realizado de forma indiferenciada, aos partidos da oposição para uma coligação governativa? Quase que me convenciam que governar em coligação com o CDS ou com o BE seria exactamente o mesmo…

Ninguém avisou Isabel Alçada que iria ser ministra?

Isabel Alçada desmente convite para futuro Governo.

A coordenadora do Plano Nacional de Leitura garante que não foi convidada para fazer parte do próximo Governo. O nome de Isabel Alçada tem sido avançado por alguns órgãos como futura titular da pasta da Educação.

No entanto, Isabel Alçada disse à Renascença que o único desafio que recebeu foi para participar no debate sobre a política educativa durante a campanha eleitoral.

“Não tenho convite nenhum” para fazer parte do próximo Governo, garante Isabel Alçada.

A escola não pode esperar mais

O actual modelo de avaliação de professores e a divisão arbitrária da carreira em duas categorias criaram o caos nas escolas. A burocracia, a desconfiança e o autoritarismo jogam contra a melhoria das aprendizagens e contra a dedicação total dos professores aos seus alunos. Quem perde é a escola pública de qualidade.

Este ambiente crispado e negativo promete agudizar-se nas próximas semanas. Com efeito, até ao dia 31 de Outubro, se até lá nada for feito, as escolas estão obrigadas por lei a fixar o calendário da avaliação docente para o ano lectivo que agora começou. Pior ainda, sucedem-se os Directores que teimam em recusar avaliar os docentes que não entregaram os objectivos individuais, aumentando a instabilidade e a revolta.

Independentemente das alternativas que importa construir de forma ponderada, é urgente que a Assembleia da República decida sem demoras parar já com as principais medidas que desestabilizaram a Educação, sob pena de arrastar o conflito em cada escola e nas ruas.

Porque a escola não pode esperar mais, os subscritores deste manifesto apelam à Assembleia da República que assuma como uma prioridade pública a suspensão imediata do actual modelo de avaliação de professores, a revogação de todas as penalizações para os que não entregaram os objectivos individuais e o fim da divisão da carreira docente. Sem perder mais tempo.

Não podemos esperar mais. A Educação também não.

 

Subscrevem

Os blogues: A Educação do Meu Umbigo (Paulo Guinote), ProfAvaliação (Ramiro Marques), Correntes (Paulo Prudêncio), (Re)Flexões (Francisco Santos), Outròólhar (Miguel Pinto), O Estado da Educação (Mário Carneiro), O Cartel, Octávio V Gonçalves (Octávio Gonçalves)

Os movimentos: APEDE (Associação de Professores em Defesa do Ensino), MUP (Movimento Mobilização e Unidade dos Professores), Promova (Movimento de Valorização dos Professores), MEP (Movimento Escola Pública)

Eu sou indispensável… a não ser…

Gripe A (H1N1) : Profissionais “indispensáveis” têm de apresentar declaração de autoridades de saúde.

Até que alguém me desminta com argumentos insofismáveis, eu sou um profissional indispensável. Sou único e irrepetível! E mais nada!…

Era o que mais faltava aparecer um substituto clonado na minha sala de aula, com petulância qb, capaz de deixar a minha chancela.

hummm… ó diabo: como é que faço prova de que sou um indispensável?

PCP, BE e PEV já deram o primeiro passo.

O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) defendeu hoje no Parlamento a suspensão do modelo de avaliação de professores do ensino público não superior, adiantando que nesta legislatura espera “uma nova atitude do PS” na votação deste diploma.

Falando numa conferência de imprensa onde apresentou um projecto de resolução para recomendar ao Governo a suspensão do modelo de avaliação, a deputada do PEV Heloísa Apolónia sustentou que “durante a campanha eleitoral” José Sócrates reconheceu que este foi “um dos erros cometidos na passada legislatura” e que, por isso, o PS deve “corrigir” a sua posição. […]

Não espere, senhora deputada. Não espere pelo PS que ainda desespera. O melhor que tem a fazer não é esperar que o partido do governo corrija a sua posição; o melhor que tem a fazer é votar favoravelmente uma proposta, venha ela de onde vier, que acabe com a divisão artificial da carreira. O melhor que tem a fazer é convencer os seus colegas de bancada para fazerem o mesmo, independentemente da autoria das propostas. Isso é que era um bom serviço, senhora deputada.

Conversa da treta

Ouvi os comentários políticos de António Vitorino depois do Telejornal sabendo que não há comentários neutros. Desafiado a explanar sobre as iniciativas parlamentares de dois partidos da oposição, o PCP e o BE, que não perderam tempo a testar a capacidade de diálogo do governo, AV crê que o governo irá passar ao contra-ataque e irá defender as políticas do passado. Ainda fiquei confuso com a aparente contradição de quem quer dialogar para construir algo de novo ao mesmo tempo que quer conservar tudo na mesma, mas caí em mim, muito rapidamente: o diálogo, o diálogo… enfim, conversa da treta!

Mas o que mais me preocupa não é a conversa da treta e o que pensa fazer o PS com as iniciativas parlamentares do PCP e do BE. O que me inquieta mesmo é a desarticulação latente entre os partidos da oposição que deviam aproveitar a primeira oportunidade para colocar o PS em sentido e com (um bom) sentido.

SPN – Um sindicato só para associados

SPNOs Corpos Gerentes do SPN decidiram fechar as portas do sindicato aos professores não sindicalizados por alegada falta de recursos humanos para o atendimento. A decisão é controversa por duas razões: primeiro, rompe com uma tradição de solidariedade que caracteriza a vida sindical; segundo, torna claro que a representatividade de um sindicato deve circunscrever-se apenas ao universo dos seus associados e esvazia o argumento de que os sindicatos representam TODOS os professores.

O monólogo acerca do diálogo

subliminarJosé Sócrates falou ao país para repetir, até à exaustão, a sua vontade (?) em dialogar. Presumo que ninguém acreditará que a sua vontade para dialogar é genuína. Como temos memória e ainda não esquecemos o faz-de-conta que foi aquela espécie de diálogo que o ME manteve com os representantes legítimos dos professores, o que devemos esperar da promessa de diálogo? Nada de substantivo!

JS considera o diálogo como uma espécie de panaceia que irá curar todos os males da governação. Através do diálogo o país sairá da crise que o monólogo ajudou a incrementar. Mas, se o diálogo é a chave para o problema da governação, por que será que JS continua a insistir no monólogo?

Bem, ele sabe que o que conta são as aparências. Para JS o que conta, para se manter ao leme da governação, é a encenação, a retórica, o foguetório, a festa, a lamúria, e agora também conta o diálogo.
Se foi deste modo que JS conseguiu esconder a crise, se teve o engenho de determinar as agendas comunicacionais abrindo o caminho para a vitória nas eleições legislativas, por que não usar as mesmas técnicas de comunicação para inculcar, subliminarmente, esta falsa ideia de generosidade, de abertura e de reconhecimento do outro (adversário político)?

O povo acreditará se os partidos da oposição não souberem desmontar a embuste do monólogo travestido de diálogo. O meu desejo é que os partidos políticos da oposição tenham aprendido a lição com a farsa da negociação com que o ME brindou os sindicatos.

Restolhos do “ranking”

Quase que resistia sem comentar o tema do dia, ou da semana: as tabelas classificativas das escolas. O assunto é tão importante que só me apetece fazer uma analogia. Eu penso que os ideólogos da educação têm muito a aprender com os especialistas do treino desportivo. Os especialistas do treino desportivo têm como incumbência preparar os atletas para as grandes (e pequenas) competições! Eles sabem que os resultados dos atletas ficarão irremediavelmente comprometidos se não forem respeitados os princípios biológicos, entre outros princípios do treino. Vejamos o simples princípio da reversibilidade: as mudanças funcionais e morfológicas adquiridas pelo treino são de natureza transitória. O que isto quer dizer? Que as capacidades regridem com o “destreino”.

Fico abismado como na educação ainda se valorizam resultados avulsos e quase ninguém fica surpreendido com o desfasamento entre os resultados obtidos numa dada competição e posteriores desempenhos. Andei muito depressa? 😉

Hello! :)

Homem morto trabalha durante uma semana (Notícia do New York Times)

Os Gerentes de uma Editora estão a tentar descobrir porque é que ninguém notou que um dos seus empregados estava morto, sentado à sua mesa há CINCO DIAS.
George Turklebaum, 51 anos, que trabalhava como Revisor de Texto numa firma de Nova Iorque há 30 anos, sofreu um ataque cardíaco no andar onde trabalhava (open space, sem divisórias) com outros 23 funcionários. Ele morreu tranquilamente na segunda-feira, mas ninguém notou até ao sábado seguinte pela manhã, quando um funcionário da limpeza o questionou, porque ainda estava a trabalhar no fim de semana. O seu chefe, Elliot Wachiaski, disse:
‘O George era sempre o primeiro a chegar todos os dias e o último a sair no final do expediente e ninguém achou estranho que ele estivesse na mesma posição e não dissesse nada.
Ele estava sempre envolvido no seu trabalho e fazia-o muito sozinho.’
A autópsia revelou que ele estava morto há cinco dias, depois de um ataque cardíaco.

SUGESTÃO:
De vez em quando acene aos seus colegas de trabalho.
Certifique-se de que eles estão vivos e mostre que você também está!

MORAL DA HISTÓRIA:
Não trabalhe demais. Ninguém repara!

Grande Marco Fortes

Sublimar Atletismo: Marco Fortes troca Sporting por Benfica
“É sempre importante ter atrás de nós um clube com um projecto, que tenha ambições. Nesta altura precisava de mais estabilidade e penso que a encontrei no Benfica”, afirmou Marco Fortes.

Marco Fortes foi genuíno e nada justificaria o enxovalho. Nesse dia Marcos Fortes conquistou o meu apreço. Hoje, Marco Fortes fez uma excelente opção. Escolheu um grande clube para dar continuidade à sua carreira.

É que há coisas bem mais interessantes do que esmiuçar eleições autárquicas onde nada, ou quase nada, acontece.

Queiroz, o mal-amado.

Prof_queiroz_blogCarlos Queiroz, seleccionador nacional de futebol, é um treinador mal-amado para muitos portugueses. Encontro duas razões para justificar o desamor a que é votado:

1. Não sabe despertar o sentido religioso das grandes massas de adeptos. Para ganhar os jogos nunca ninguém o ouviu apelar à virgem ou ao bruxo de Fafe;
2. É um académico e um professor. O que o povo gosta é de rústicos, bazófias e de boçais.

Ouço, aqui e ali, alguém invocar as tácticas, as estratégias, o modelo de jogo ou outros quejandos para justificar a (in)competência do seleccionador. Mas o que vale mesmo, o que o povo da bola gosta é o exercício especulativo simplificado, um deve e haver dos resultados dos jogos. A competência profissional do professor Carlos Queiroz é reduzida a uma simples fórmula: Não lhe basta ganhar, ele tem de convencer os incrédulos, mesmo quando ganha. E lá voltamos nós à razão de fundo, ao problema da fé ou da falta dela.

Podes voltar Scolari que estás perdoado!

(imagem: http://carloslaranjeirailustracao.blogspot.com)

Uma bandeira do PS… a meia-haste.

Crianças passam tempo demais na escola

A sociedade tem de devolver às crianças o tempo que elas precisam para brincar, defendeu hoje a investigadora Maria José Araújo, que lança sábado o livro “Crianças Ocupadas. Como algumas opções erradas estão a prejudicar os nossos filhos”.

O paradigma da escola a tempo inteiro, uma bandeira do governo de JSócrates, tem como oposto o paradigma de família a tempo inteiro. E não havia necessidade!

Por qué te callas?

O PSD antes das eleições:
. Considerava necessário rever o ECD.
. Defendia a eliminação das categorias que dividem a carreira docente em duas.
. Era favorável à eliminação das quotas na avaliação.
. Considerava necessário rever a organização dos horários dos docentes.

Por qué te callas, PSD?

(reedição)

Adenda: Uffa… o PSD sussurrou aqui.

Uma escola radicalmente diferente.

Diz presidente do CNE
Escola deve ter menos chumbos e garantir aprendizagem de qualidade

O enfoque terá de ser outro. Discordo dos floreados que  servem apenas para nos desviar a atenção.
Um aluno só apreende se quiser apreender. E para um aluno querer apreender terá de reconhecer algum valor às putativas aprendizagens. Isto é, o aluno só apreende algo que considere significativo. A questão central que se coloca aos professores é saber como “motivar” os alunos; Como tornar as aprendizagens significativas para os alunos. Os professores podem funcionar como factores motivacionais exógenos. E por muito que um professor se esforce para que um aluno apreenda é necessário que este esteja disponível para apreender. Eis o busílis da aprendizagem.
Os alunos com baixas expectativas sobre a escola investirão menos e, consequentemente, revelarão dificuldades de aprendizagem. É necessário que a escola suscite o desenvolvimento plural das inteligências dos alunos.

Há que mudar a escola para modificar os alunos. Há que mudar radicalmente a escola. Eis o desafio que se coloca à escola plural.

Um problema de lateralidade

Arnaut defende que PS tem de adaptar o seu programa e definir linha de rumo.

O dirigente social-democrata José Luís Arnaut defendeu hoje que o PS tem de definir uma linha de rumo e adaptar à esquerda ou à direita o seu programa, porque este “não foi sufragado na sua totalidade”.

Será que imaginam os problemas que se colocam a um partido político quando este se debate com uma disfunção da lateralidade? Ziguezagueando com as políticas, o PS arrisca-se a perder o norte, definitivamente! Se o PS fosse um partido de esquerda, como apregoa o seu líder, este problema nunca se colocaria. Estão a acompanhar?…

Há bons e maus diplomas. Este é dos bons.

Aqui está um bom diploma para suprir uma lacuna no mercado (selvagem) da actividade física e desportiva. Podia ser uma regulamentação mais larga de forma a esmiuçar o associativismo desportivo. Mas já não é mau de todo.

Refiro-me ao decreto-lei que define o regime jurídico da responsabilidade técnica pela direcção das actividades físicas e desportivas desenvolvidas nas instalações desportivas que prestam serviços desportivos na área da manutenção da condição física (fitness), designadamente aos ginásios, academias ou clubes de saúde (healthclubs). (via ramiro marques)

Dia do Professor

diamundprof

Se pudermos inculcar na criança alguns sonhos, uma certa recusa da vulgaridade, do inumano, da enorme decepção, então temos uma hipótese de ganhar a batalha. É nos primeiros anos do secundário que se joga o drama mais complexo, que é o de fazer crer à criança que há sonhos, eventuais transcendências possíveis. O horror do nosso ensino, da sua falsa realidade – um realismo brutal e falso – é minorar os sonhos da criança. Em vez de fazer mais do que a criança compreende, é sempre preciso ir um pouco mais longe, é preciso que a criança estenda o braço e a mão para tentar apanhar a bola, mesmo que isso a ultrapasse. A grande alegria só começa quando se diz: «Ainda não compreendi, mas vou compreender. Ainda não desfrutei disso, mas vou desfrutar.»

Ao nivelar, ao fazer uma falsa democracia da mediocridade, mata-se na criança a possibilidade de ultrapassar os seus limites sociais, domésticos, pessoais e até físicos. (G. Steiner)

Numa escola construtora de uma falsa democracia da mediocridade, como é a escola de hoje – uma escola utilitarista -, caberá ao professor compensar a vulgarização do ensino secundário?