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Também fui “avisado”, por email, que anda por aí uma espécie de concurso. E que seria prudente que entre cada mergulho visitássemos a página da DGRHE, não vá o diabo tecê-las.
Como o diz que diz tem perna longa, aqui vai o “aviso” da FENPROF, este de teor bem diferente.

M.E. pretende enganar os professores; não está previsto qualquer concurso a Professor Titular!

Os directores dos centros de formação das associações de escolas estão a convocar os directores de escolas, constando, na Ordem de Trabalhos das reuniões, o ponto “constituição do júri da prova pública de admissão ao concurso de professor titular”.
Este ponto é, no mínimo, estranho, na medida em que, de acordo com o próprio ME – e ao contrário do que antes tinha divulgado – não terá lugar qualquer concurso extraordinário e o concurso “normal”, que se encontra previsto na legislação em vigor, já não se realizará na presente Legislatura.
Estranhou-se, por essa razão, não só a pressa em regulamentar a prova de acesso, como a constituição destes júris.
Sabe-se, agora, o que pretende o Ministério da Educação: enganar os professores, criando-lhes falsas expectativas quanto à possibilidade de progredirem na carreira, designadamente através do acesso a Professor Titular.
Efectivamente, os responsáveis do Ministério da Educação preparam-se para, apressadamente, regulamentarem a prova de acesso a Professor Titular, pois essa será a forma de, por um lado, criarem uma grande expectativa em milhares de docentes que, encontrando-se a meio da carreira, foram impedidos de prosseguir a sua progressão; por outro, será absolutamente inócua, para o ME e para os professores, a realização desta prova, pois não terá qualquer efeito prático. Isto porque:
1.º- Para ter acesso a Professor Titular é necessário que o Ministério das Finanças autorize a abertura de concurso, sabendo-se, já, que este não se realizará na presente Legislatura;
2.º- Para poder progredir até aos escalões de topo da categoria de Professor (6.º e 7.º escalões), não basta que os docentes tenham realizado a prova com sucesso, é preciso que tenham sido candidatos ao concurso e não tenham obtido vaga.
Portanto, sem a realização do concurso – que, já se sabe, não se realizará – podem ter lugar todas as provas de acesso a Professor Titular que ninguém acederá.
Estamos, pois, perante mais uma manobra de um Ministério que não tem nada de bom para oferecer aos professores, procurando criar-lhes expectativas que serão frustradas.
Relativamente à divisão da carreira em categorias hierarquizadas, os professores e educadores sabem o que pretendem do Governo (já não deste, que está de saída, mas do próximo): a sua eliminação, sendo essa uma das primeiras reivindicações a apresentar aos futuros governantes.
Com a pressa colocada na organização e realização desta prova, a actual equipa ministerial pretende, ainda, colocar o próximo Governo perante um facto (quase) consumado e uma realidade que, todavia, é contornável: a fractura da carreira docente e a consequente categorização dos professores e educadores. Os professores já provaram, várias vezes, que rejeitam esta divisão e saberão lutar contra ela, não esquecendo que, com excepção do PS, já todos os partidos políticos se comprometeram com a sua anulação.

O Secretariado Nacional da FENPROF

Programa do Desporto Escolar chega tarde e a más horas.

O ME já fabricou o programa do Desporto Escolar para os próximos 4 anos. Anunciado(?) tardiamente e com a maioria dos professores já em férias, o projecto de escola do desporto escolar não emergirá do grupo disciplinar de Educação Física, mesmo que o director assim o deseje. Aqui temos, afinal, uma aplicação da filosofia da coacção que subjaz ao diploma de gestão e administração escolar: O chefe manda e a plebe obedece.

Paliativos

Programa de massagens em escolas previne violência.

Então não previne? Claro que previne. E o ME bem pode prevenir a contestação dos professores e seguir este exemplo. A curiosidade leva-me a sugerir um programa de 5 noites: 1 exfoliação com coco (30′), 1 banho de Baco (30′), 1 massagem Espirit Reviver (30′), 1 massagem para as costas Altlantic (30′), 1 Thalaso de estimulação e hidroterapia (60′), 1 massagem de hidratação facial essencial (60 min), 1 banho Ra (30′), 1 Spa Manicure (45′).

Os profes bem precisam de mimos!
Valha-me Deus!…

Epílogo

Entrevista de MLR ao DN

A entrevista vale muito pouco em termos de conteúdo. Dela retiro apenas duas ideias:

  • Uma ideia que justifica uma parte do fracasso deste mandato ministerial: a inaptidão de MLR para negociar.
    Um preconceito arcaico sobre o papel dos sindicatos na vida democrática não lhe permitiu reconhecer o parceiro negocial, logo, inviabilizou as negociações.
  • Uma segunda ideia que justifica a outra parte do fracasso do mandato: a incapacidade de demonstrar a benignidade das políticas.
    Não houve um momento, uma discussão parlamentar, uma entrevista, um discurso, em que se inferisse a preocupação de fundamentar as opções políticas. A manipulação estatística, o enviesamento da informação e a vitimização, foram os estratagemas utilizados durante este mandato para camuflar o verdadeiro sentido das reformas: o emagrecimento do estado e o controlo da despesa no sector.

…Que regresse em paz!

Observatório do efémero.

Graças ao PGuinote fiquei a saber que “O Ministério da Educação, a Universidade Lusíada e a câmara de Famalicão assina(ra)m, esta tarde, o protocolo de criação do Observatório da Melhoria da Eficácia da Escola, disse à Lusa fonte ligada ao projecto.

Faz todo o sentido criar um observatório para a eficiência da Escola. Não faz sentido nenhum criar um observatório para a eficácia. Mais do que um problema de semântica, a prioridade pela eficácia em detrimento da eficiência revela uma visão de escola utilitarista e centrada no efémero.

Surpreendido? Não! Não se esperaria outra coisa desta equipa ministerial.

Qual a estratégia de luta para o final do ciclo governativo?

EPQJá estive mais entusiasmado com a ideia de uma mega manifestação em final de mandato. Defendi esta ideia depois de perceber a obstinação do ME sempre e cada vez mais atado à sua estratégia de dominação da classe docente. Foi no rescaldo da manifestação de Maio e a contribuição deste evento para os resultados eleitorais negativos do Governo (presumo, obviamente, a indivisibilidade do partido do Governo com o Governo e com o candidato Vital do Governo) que apontei para a necessidade de uma nova mega manifestação de professores. Adivinhara nessa altura uma réplica dos efeitos de uma nova contestação, isto é, uma nova derrota eleitoral do PS. Relembro que a Manifestação de Maio ocorreu após um período relativamente longo sem contestação o que pode ter sugerido que existia um lastro de esmorecimento e de resignação dos professores. O número de manifestantes desfez essa hipótese e demonstrou ao ME e à opinião publicada que a relação do ME com os professores terminaria como começou.

A meu ver, foi a percepção de balcanização irresolúvel que terá levado os responsáveis do ME a caminharem firmes e hirtos (como uma barra de ferro) em direcção ao abismo, como se cada dia fosse o último dia da governação, como se cada “negociação” fosse a última negociação da equipa, como se o amanhã não existisse. Vejo sem surpresa, portanto, a intransigência do ME em todas as matérias sujeitas a negociação com os sindicatos.

A imagem do ME na opinião pública agravou-se. O último episódio público protagonizado pela equipa governativa a respeito das bolsas para os alunos do secundário ridicularizou a imagem do governo, descredibilizando-o fatalmente. Mais achas na fogueira poderão fazer virar o feitiço contra o feiticeiro. Mais achas na fogueira podem fazer despontar num certo eleitorado não professor (para os eleitores professores as acções de luta serão dispensáveis, digo eu) aquele sentimento de pena e de comiseração que por vezes nos faz tomar o partido dos mais fracos numa contenda desigual.

Não se trata de depreciar a equipa maravilha ou de a considerar arredada de uma vitória eleitoral. Nem tão pouco se trata de pensar que este PS é incapaz de renascer das cinzas depois de ter feito tudo para se queimar. Nada disso. Trata-se de encontrar a melhor estratégia de luta para o fim de ciclo governativo.

Vamos considerar, como hipótese académica, que o governo renasce das cinzas depois das férias. Que o ME abre um novo concurso para professores titulares e que passa para a opinião pública a ideia de que com este “nova” medida os professores foram reconquistados. Serão utilizados os números, previsivelmente elevados, de candidatos ao concurso para demonstrar essa reconciliação. E que até os opinadores mais consagrados acreditam na propaganda. Será que a plataforma sindical tem a sua máquina oleada? Será que é possível montar a tenda em Lisboa em apenas duas semanas? Há trabalho de casa para as férias? Os delegados e os activistas estão a ser preparados para o que der e vier?…

[reedição]

Anda tudo louco ou (e) estou a precisar de férias?

Professores e alunos em casa não equivalem a dias santos na escola. Se os estabelecimentos de ensino fecharem ou grande parte dos funcionários faltarem ao trabalho devido à gripe A, os conselhos executivos vão ter que encontrar formas de “manter as actividades escolares consideradas essenciais”. Colocar os docentes “em teletrabalho e distribuir actividades aos alunos por e-mail” são duas das medidas previstas para os planos de contingência das escolas numa epidemia.

As orientações da Direcção- -Geral da Saúde (DGS) para creches, jardins de infância, escolas e outros estabelecimentos de ensino sugerem formas alternativas para manter as aulas em dois cenários: quando fecharem para evitar a propagação do vírus ou quando a epidemia provocar um elevado absentismo nos funcionários. Em ambos os casos, os pais podem vir a assumir o papel de educadores, através de “estratégias de informação e envolvimento que lhes permitam apoiar a realização de trabalhos escolares em casa”.

[…] Questionado pelo i sobre como estas medidas serão aplicadas e se está previsto um reforço dos orçamentos das escolas, o Ministério da Educação remeteu todos os esclarecimentos sobre a gripe para o Ministério da Saúde. in: iol

Esta notícia é clara sobre o modo dúbio como o ME segue as diligências preventivas nas escolas. Percebe-se a necessidade da intervenção e eventual coordenação da DGS. Já não se percebe o aparente distanciamento dos responsáveis pelo ME. E depois surge este pérola. Terão reparado no estilo da bazófia: “Professores e alunos em casa não equivalem a dias santos na escola”.Pensavam abusar da calamidade? Malandros! Querem mais dias de férias? Calaceiros! Teletrabalho para todos!!… Educação Física por email, pois claro!

É impossível ficar indiferente à ligeireza da notícia. «os pais podem vir a assumir o papel de educadores, através de “estratégias de informação e envolvimento que lhes permitam apoiar a realização de trabalhos escolares em casa”». Apetece dizer: Há males que vêm por bem. Finalmente , os pais vão poder assumir o seu papel de educadores. Graças a Deus…

Quanto à responsabilidade do ME. Hummm….. mais dinheiro?… Reforço dos orçamentos das escolas? Bem, isso é lá com o Ministério da Saúde… até porque nem sabemos onde mora… Isto está mau para todos os ministérios…

Dou alvíssaras…

… a quem me facultar o Programa do Desporto Escolar para 2009/2010.

Não é estranho que o ME, que sempre foi diligente quando se tratou de acelerar o processo de avaliação docente, deixe agora as escolas carecidas de informações relevantes para a preparação do próximo ano lectivo?

Opinião

Quem cala consente?
Manuel António Pina

Jardim tem um mérito: diz o que pensa. O pior é que pensa o que diz. Como muita gente que correu a comprar uma casaca democrática após o 25 de Abril, tem a sorte que outros portugueses não tiveram: pôde dizer o que pensava e ocupar cargos nos ominosos tempos do “Estado Novo” porque pensava em conformidade com ele e pôde continuar a fazê-lo depois porque outros lutaram e morreram pela sua liberdade de expressão. A sua proposta de proibição do Partido Comunista é, pois, coerente. Como seria coerente se propusesse a criação de um Tarrafal na Madeira para os comunistas. Menos coerente é o silêncio da Direcção do PSD perante o que Jardim diz. A mesma Direcção que tem “lapsus linguae” como o de “rasgar” as políticas sociais e privatizar a Segurança Social e o SNS ou de “suspender” a democracia e que, depois, caindo em si, recua. Como no poema de Niemoller, estas coisas começam sempre pelos comunistas e nós, como não somos comunistas, ficamos em silêncio; depois vêm os sindicalistas, os homossexuais, quem sabe?, os judeus, até que chega a nossa vez; e já não haverá ninguém para levantar a voz.

Tiro pela culatra

16 de Julho: nova mudança de local de concentração.
Há dois dias mudaram o local da reunião. Hoje (dia 14) voltaram a mudar o local da reunião. Muda, por conseguinte, o local da nossa concentração. A reunião vai agora ser nas instalações da DGRHE, na Avenida 24 de Julho, à mesma hora (14h 30). A concentração dos professores e educadores não colocados neste concurso passa então para esse mesmo local.
Não há que enganar – A concentração passa para a Avenida 24 de Julho, no cruzamento com a Avenida Infante Santo, à mesma hora – 14h 30, e no mesmo dia – 16 de Julho (quinta feira).

Só quem desconhece a dinâmica sindical ou quem estiver possuído por um acesso de imbecilidade é que acreditará que pode fazer refrear o ímpeto de um manifestante fazendo-o entrar num jogo do gato e do rato.

Se dúvidas houvesse quanto à oportunidade da iniciativa da FENPROF, o nervosismo do ME é… estimulante. 😉

Não paro de ufanar com os exames nacionais, senhora ministra.

A ministra da Educação afirmou hoje que os resultados dos exames nacionais do 9.º ano devem encher o país de orgulho, sublinhando, no entanto, que é necessário continuar a trabalhar para melhorar as classificações.

Hoje fiquei a saber que um dos meus alunos de um curso profissional, que concluiu com sucesso o 9º ano num CEF, obteve um 3 no exame nacional de Matemática. O aluno quer fazer o que em engenharia administrativa se designa por “permeabilidade de percursos académicos”. Isto transportado para um discurso mais terreno quer dizer uma coisa muito simples: o aluno que conclui o 9º ano num CEF, para entrar num curso do ensino secundário orientado para o prosseguimento de estudos, terá de ser aprovado em dois exames nacionais: Português e Matemática.

Apesar de estar orgulhoso com o brilhante resultado do meu aluno, fiquei confuso: o que terá acontecido para que este aluno, que passou com dificuldade os obstáculos colocados pelo programa de Matemática desse CEF, que alguns colegas diziam ser uma “espécie de programa” por ser tão dócil com os alunos, superasse a fasquia de um exame nacional?

Ou os meus prezados colegas estão a vender gato por lebre porque depreciam o grau de dificuldade dos ditos programas; ou o exame nacional de Matemática foi pouco selectivo, pensado para deixar poucos alunos de fora;… ou, esta é a hipótese mais provável obviamente, este meu aluno é um génio, um predestinado para os grandes desafios nacionais.

Álcool no traseiro do vizinho é refresco

Decisão do PS de não permitir duplas candidaturas a legislativas e autárquicas gera polémica no interior do partido.

A candidata do PS à Câmara de Alpiarça e deputada, Sónia Sanfona, afirmou à Agência Lusa que “o partido esteve muito mal ao mudar as regras a meio do jogo”.

Só para avivar a memória, Sónia Sanfona é a deputada socialista responsável pelo controverso relatório sobre a situação que conduziu à nacionalização do BPN e que fora aprovado apenas com os votos da maioria socialista.

Percebo perfeitamente a desilusão da deputada, zelosa e leal ao partido, que vê perigar a continuidade parlamentar depois de tanto fazer por a merecer. O que já não percebo é a aparente surpresa da deputada por uma prática que é usual no governo que é apoiado pelo partido. O concurso para professores titulares foi um bom exemplo de como o seu governo não tem qualquer pejo em mudar regras a meio do jogo e não me recordo de ver a senhora deputada insurgir-se contra tais práticas. Álcool no traseiro do vizinho é refresco, não é verdade senhora deputada?

Professor desterrado

Uma colega, PQZP, não colocada no concurso de professores, questionava a sua nova situação profissional. Acabando as vagas de QZP’s, para que serve a designação? Não sendo Professora Contratada também não poderia ser considerada uma Professora do Quadro de Escola. Eu sei que esta controvérsia irá ser retomada quando for reactivado o diploma dos vínculos profissionais e, provavelmente, aí seremos mais, muitos mais, a perceber o que significa ser um professor desterrado.

O pior cego é aquele que não ouve!

À margem do «Fórum Educação – educação, que futuro?», que decorreu hoje em Lisboa por iniciativa do Diário Económico, a presidente da CNE considerou que existe um problema de gestão nas escolas: «É preciso mudar o modo de gerir a escola. Os professores não podem estar muito ocupados com tarefas burocráticas, têm de estar ocupados em trabalhar os alunos».
[…]
Licínio Lima acusou o Governo de ter cometido um erro ao avançar com a divisão de carreiras entre professor e professor titular e de «envenenar» a situação actual na Educação.
«O processo de divisão de carreiras entre professor titular e professor foi muito mal conduzido e envenenou toda a discussão e a situação actual em que estamos», disse.
De acordo com Licínio Lima, «o que os professores generalizadamente não admitem é que os novos professores titulares venham a avaliá-los quando, na sua maioria, os professores não reconhecem a legitimidade reforçada do professor titular».
Licínio Lima afirmou ainda que «os professores titulares não foram avaliados, mas promovidos através de um concurso informatizado e electrónico que não avalia coisa nenhuma».
«Creio que, qualquer que seja o Governo que venha a enfrentar este problema, vai ter de recuar. Não digo recuar politicamente, mas vai ter de recuar no processo para vir a discutir a própria estruturação da carreira docente e o próprio procedimento da avaliação», considerou o professor catedrático.

O Fórum contou ainda com a presença da Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, que recusou falar aos jornalistas e comentar as críticas que lhe foram dirigidas.

in: http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=141209

Gargalhada

A gargalhada nem é um raciocínio, nem uma ideia, nem um sentimento, nem uma crítica: nem é o desdém, nem é a indignação; nem julga, nem repele, nem pensa; não cria nada, destrói tudo, não responde por coisa alguma! E no entanto é o único inventário do mundo político em Portugal.

Um governo decreta? Gargalhada. Fala? Gargalhada. Reprime? Gargalhada. Cai? Gargalhada. E sempre a política, aqui, ou pensando, ou criando, ou liberal ou opressiva, terá em redor dela, diante dela, sobre ela, envolvendo-a, como a palpitação de asas de uma ave monstruosa, sempre, perpetuamente, vibrante, cruel, implacável – a gargalhada!

Eça de Queiroz

Esta farpa do Eça é intemporal. A lista de colocação de professores, a renúncia do ministro Pinho, só para destacar os mais recentes factos políticos, valem uma gargalhada!

PROGRAMA DE GOVERNO – BLOCO DE ESQUERDA

SÍNTESE DA POLÍTICA EDUCATIVA BLOQUISTA:

RETENÇÕES

O Bloco de Esquerda entende que a actual confusão sobre o espírito e o sentido dos ciclos de estudo na escolaridade básica tem tido custos demasiado elevados. Recorde-se que esta opção implica a definição de objectivos para o final de cada ciclo plurianual, e não para o ano de estudos, retirando sentido às reprovações por ano. O objectivo do fim das retenções na escolaridade básica não pode ser entendido como uma medida administrativa para poupar recursos, nem o Bloco dá à direita o argumento comummente usado na sua cruzada contra a escola pública, o do facilitismo.

TURMAS

Limitação do número de alunos/as por turma, nomeadamente nas escolas sobrelotadas (20 no máximo para o 1.º ciclo e 22 para os demais).

NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS

Unidades de referência nas escolas, que possam colmatar, dentro do concelho ou nas proximidades, as diferentes áreas das necessidades educativas especiais, com os respectivos técnicos especializados para cada Unidade específica para além do docente e do psicólogo. Não faz sentido que estas crianças e adolescentes, tenham de se deslocar diariamente para longe, para terem acesso a uma unidade de referência na sua problemática, com os respectivos técnicos.
Assegurar protocolos eficazes entre Escola, Estabelecimentos de saúde pública, Associações, IPSS, Autarquias, que promovam uma verdadeira rede de suporte, e que possam dar resposta prioritária, em tempo útil, nas diversas áreas, para estes alunos(as), pois o que existe é insuficiente.
Assegurar nos espaços escolares: acessibilidades/equipamentos adaptados; exigi-lo nas zonas circundantes. A ligação Escola-Comunidade não passa pela presença de empresas nos Conselhos gerais transitórios, mas sim pelo compromisso entre Escola e entidades da comunidade (Autarquias, Entidades competentes, Associações e IPSS), que leva à prática as acessibilidades dentro e fora da Escola para todos.
Assegurar a estabilidade dos docentes de educação especial com especialização adequada na área de disfunção específica, garantindo o acompanhamento adequado de forma continuada.
Assegurar técnico(s) de psicologia, tendo em conta o rácio adequado às necessidades educativas especiais, que proporcione acompanhamento de continuidade, e avaliação especializada, promova integração no espaço escolar, envolvimento dos familiares e grupo de pares, construção de projecto de vida.
Não ser a direcção de turma, sem especialização específica, a coordenar os programas educativos individuais, sobrecarregando docentes, sem benefício para alunos/as. Estes programas devem ser coordenados pelo docente, em colaboração com Técnico de Psicologia e outros técnicos se necessário.
Existência de real flexibilidade nestes programas, promovendo aprendizagens diferenciadas e adequadas caso a caso, eficazes na construção da autonomia e integração.

GESTÃO

O reforço da autonomia e responsabilidade das instituições é a alternativa.

• Defendemos a co-decisão das instituições no seu modelo de organização e gestão, pela diversidade de modelos e contra a formatação dos governos, e assente nos princípios: – do alargamento da representação e participação das comunidades e actores escolares (a sub-representação de alunos e profissionais não docentes é inaceitável); – na electividade, na colegialidade, na participação, no dever de publicitação de todos os actos e decisões na limitação dos mandatos.
Um modelo de avaliação das escolas, que concilie as vertentes, externa e interna, e que valorize o trabalho de professores naquilo que ele é: um trabalho de equipa; que assuma os contextos e as necessidades de meios, que articule a avaliação individual dos docentes com a das escolas;
No princípio da equidade de representação e decisão de todos os graus de ensino na organização dos agpamentos de escola, quando estes agrupamentos tendem a perverter as necessárias relações de cooperação e respeito pelas identidades definidas, gerando hierarquização entre os diversos graus de ensino.

CARREIRA/AVALIAÇÃO

O Bloco de Esquerda compromete-se na defesa:
• da estabilidade profissional e contra a precarização;
• do fim da fractura entre professores de primeira e de segunda, sublinhada como um dos ataques mais lesivos da escola pública e que não foi fundada nem em critérios de qualidade nem em conteúdos funcionais diferenciáveis;
por uma avaliação credível, que se inicia pelas escolas em contexto, alia vertentes internas e externas, e assuma a responsabilidade colectiva do trabalho docente;
por um horário de trabalho que reconheça o aumento do tempo de qualidade para todo o trabalho docente vergonhosamente silenciado, e para dar resposta às exigências de mudança na escola pública;
pela componente colectiva do trabalho docente como uma das vertentes mais positivas da sua actividade e como um dos aspectos que mais conteúdo dão à relação com os alunos/as.

in: http://www.bloco.org/index.php?option=com_content&task=blogcategory&id=65&Itemid=63

Surreal…

A ministra Maria de Lurdes Rodrigues (MLR) e o Secretário Geral da FENPROF, Mário Nogueira (MN), responderam às perguntas do “DN” e o que dizem sobre o trabalho da legislatura esclarece as diferenças. Para a governante, é justo dizer que a qualidade do ensino melhorou; para o sindicalista, isso não aconteceu.

Mário Nogueira (MN) perdoar-me-á mas não posso deixar de agregar neste espaço, para memória futura, apenas uma parte da entrevista. Pretendo guardar o registo repetitivo, insípido, evasivo, que tem caracterizado, nos últimos 4 anos, os discursos da ministra da educação. Agarrada aos mesmos chavões, MLR sairá de cena sem admitir um erro sequer, de governação ou de política. Surreal! Se pretender ler, também, as respostas de MN, entre aqui.

Manter a avaliação dos professores, com o modelo transitório aprovado em Janeiro deste ano, foi benéfico para o país e o ensino?

MLR – Foi benéfico, porque permitiu ultrapassar as dificuldades, técnicas e outras, à criação nas escolas de condições para a realização de uma avaliação que permite diferenciar e premiar os melhores.

Os últimos anos, devido à introdução de políticas que (bem ou mal) implicaram uma ruptura com o passado, ficaram marcados por uma grande tensão no ensino. É previsível que a próxima legislatura seja mais pacífica a este nível?

MLR – Nesta legislatura conseguiram-se várias melhorias no sistema de ensino e nas escolas.

Porque é que a divisão dos professores em categorias distintas foi uma questão tão nevrálgica, embora por motivos diferentes, quer para o Governo, quer para os Sindicatos?

MLR – A estrutura vertical da carreira docente é uma exigência, uma necessidade, que se impunha por razões de atribuição de diferentes responsabilidades em função da experiência e da qualificação, como acontece em todas as profissões que se organizam em carreira.

O novo modelo de gestão escolar permite, dentro do respeito pelas políticas educativas, dar uma real autonomia às escolas e aos seus directores? Porquê?

MLR – O novo modelo reforça a responsabilidade individual, melhora as condições para o exercício de lideranças efectivas e permite uma participação qualificada na vida da escola de membros da comunidade educativa, como os pais ou as autarquias.

Que metas é necessário atingir para que a escolaridade de 12 anos seja uma realidade e não apenas uma obrigação no futuro próximo?

MLR – Criação de condições para que melhore o sucesso escolar e diminua o abandono escolar pelos jovens.

É justo dizer que a qualidade do sistema de ensino melhorou em Portugal nesta legislatura? Que aspectos destaca pela positiva e pela negativa?

MLR – É justo dizê-lo. Das diversas medidas tomadas, destacam-se, pela sua relevância e pelo seu impacto, as seguintes: – A escola a tempo inteiro, com oferta gratuita e generalizada de Inglês e de outras actividades de enriquecimento curricular para todas as crianças do 1º ciclo; – A diversificação de oferta formativa de nível básico e secundário com a criação de cursos profissionais e de cursos de educação e formação nas escolas publicas, triplicando o número de alunos em cursos profissionais; – O alargamento da acção social escolar, triplicando o número de alunos abrangidos; – A modernização física e tecnológica das escolas e a generalização do uso de computadores e da Internet nas actividades educativas, objectivo bem visível no apetrechamento das escolas com 310 mil computadores, nove mil quadros interactivos, 25 mil videoprojectores e na redução do número de alunos por computador de 16 para cinco; – A avaliação interna e externa das escolas, abrangendo mais de 700 estabelecimentos de ensino; – O novo modelo de gestão escolar e a transferência de competências para as escolas e as autarquias, em curso em todo o país.

DN ENSINO, 3/07/2009

O outro lado da história de MPinho

mpinhoQue pena. O verdadeiro artista, o meu ministro “predilecto”, foi obrigado a abandonar a cena por ser mal interpretado.
Ao contrário do que dizem as más-línguas, Pinho foi expulso do governo por ter um comportamento indigno de um membro do governo na casa da democracia quando o que se trata é algo muito mais simples e banal. Estamos ou não a passar por um período de crise? Estamos ou não renascer das cinzas pela terceira vez em menos de um ano, segundo dizem os cronistas do governo? Estamos ou não a atravessar um período de vacas magras? Vacas magras… corninhos das vaquinhas? Estão a acompanhar?
Ora, o incompreendido ministro MPinho estava a dizer a um deputado da oposição que as vaquinhas são coisa do passado, corroborando afinal as afirmações do seu colega do governo e ministro das finanças, uns dias antes, que a época das vacas magras, a famigerada crise, acabou. Finito. Foi-se.
Os corninhos, que ele tão graciosamente colocou na sua carola, foram nem mais nem menos uma fabulação perfeitamente inócua.
Valha-me Deus que ninguém entendeu o Pinho. Ele é assim… um ministro básico, prontos… diz o que lhe vai na alma,… não é político profissional, prontos…
É por esta e principalmente pelas outras que eu estou solidário com o Pinho. Não merecia sair do governo pela porta dos toiros. Se saísse pela porta do cavalo, ainda vá que não vá. Sempre era mais digno. Agora pela porta dos curros?!…
Pinho, pá, estou contigo!

Foto: Público

Palavras… leva-as o vento…

PSD promete mudar estatutos do aluno e da carreira docente e sistema de avaliação.

A presidente do PSD prometeu hoje mudar os estatutos do aluno e da carreira docente, o sistema de avaliação dos professores e aliviar a carga burocrática a que estão sujeitos, caso vença as eleições legislativas.

Hummm… se há uma intenção de alterar o ECD e o sistema de avaliação de professores então será forçoso alterar a gestão escolar. Ou não?

A omissão do diploma da gestão só se percebe porque o PSD gosta deste modelo de gestão e aqui (deixem-me especular) haverá uma mãozinha da FNE através do seu ISET. A não ser que a mudança do ECD que o PSD diz querer provocar seja superficial e não atinja as titularices (mesmo que o PSD aprecie um modelo de liderança não colegial, a constituição do C. Pedagógico está pensada, no actual modelo, para uma carreira docente dupla), a alteração da gestão escolar é inevitável!

Há que aguardar pelo programa eleitoral.