Rigorosas habilitações ou falta de mão-de-obra barata?

Vítor Lourenço, vereador da Educação, adianta, no entanto, que a maioria dos agrupamentos já aceitou corresponder à proposta e que uma reunião a realizar hoje, sexta-feira, pretende ultimar o processo de modo a garantir que, no próximo ano lectivo, as AEC decorram sem sobressaltos.
O vereador classifica mesmo o ano que passou de “horribilis”, devido a um sem número de alunos que ficaram sem AEC por falta ou desistência de professores e dificuldade em contratar substitutos
.” (Via O Cartel)

O que me espanta não é a eventual impreparação deste ou daquele autarca para determinadas funções. O desenrasca típico, que faz escola no nosso país, pode resultar em assuntos de pequena monta, mas é claramente um obstáculo quando se trata de lidar com problemas estruturantes, como é o caso da educação. Quando o governo acenou com a possibilidade de delegar competências na área do ensino, os municípios não deixaram fugir a oportunidade de aumentar o bolo das finanças locais. O problema muda de forma quando o Estado central decide, como é seu dever, regular e fiscalizar as actividades delegadas no poder local. Neste caso chegou tarde, mas em boa hora, a regulamentação das AEC’s ao nível da contratação dos professores. Diz o vereador da Câmara Municipal de Leiria que encontrou “dificuldades em recrutar professores de Inglês, Música e Educação Física, tendo em conta as rigorosas habilitações exigidas pelo Ministério da Educação e para cargas horárias reduzidas, algumas com apenas quatro horas semanais.”

É evidente que seria muito mais fácil recrutar professores sem habilitações próprias, com habilitações insuficientes e a baixo custo.
O que me espanta, no meio deste imbróglio, é o facto de ainda haver quem pense que para ser professor basta ter sido… aluno.

Divulgação

QUEIXAS DE PROFESSORES

A partir de hoje, passamos a disponibilizar um serviço de recolha de queixas dos colegas professores e educadores, relativas ao seu desempenho profissional, através do e-mail profqueixa@gmail.com.

Todas as queixas recebidas serão reenviadas para:
– Presidente da República;
– Assembleia da República;
– Procurador-Geral da República;
– Vários deputados da Assembleia da República (de todos os partidos representados) e comissões parlamentares;
– Órgãos de comunicação social.

Sempre que assim for solicitado, as queixas serão também publicadas no blog MUP – QUEIXAS DE PROFESSORES, podendo-se, caso vontade expressa, apresentá-las de forma anónima.

A responsabilidade pelo teor da queixa é sempre do emitente que a fez chegar. “(via: mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com/)

A escola situada…

Como combater o Abandono Escolar

A Directora de uma turma tem um aluno que já está reprovado por faltas. Prepara tudo para o reprovar e indiciar para retenção. Faz-se a reunião, decide-se tudo e envia-se a acta e afins para o Conselho Executivo.
A DT é chamada ao CE e informada que deve chamar o encarregado de educação do aluno e obrigá-lo a justificar-lhe as faltas. Não pode reter o aluno por faltas.
E assim se atinge o objectivo do naõ abandono escolar, mostrando aos alunos que isso de reprovar por faltas é uma treta de todo o tamanho.
Sinto-me revoltadíssima!!! Com o ME, com os governantes e principalmente com o presidente do CE!!! Isto é uma palhaçada!!!” (Professorinha)”

Na mouche.

«MLR insiste nos lugares comuns e na desfiguração do papel da escola
A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, disse, ontem, em Braga que “a escola actual tem de ser mais aberta e participativa, de forma a formar jovens para a cidadania e para a sociedade do conhecimento”.”A escola tem de formar cidadãos para participarem numa sociedade aberta e participativa, mas tem também de os preparar para serem autónomos, capazes de desenvolver projectos pessoais e profissionais”, declarou.A governante falava durante a sessão inaugural do 1º Congresso Escolar – Ambiente, Saúde e Educação que começou hoje no Mosteiro de Tibães, em Braga.Maria de Lurdes Rodrigues disse que “o sistema de ensino tem de se preocupar em formar cidadãos europeus, mas tendo em atenção que o desafio que os espera é global e não apenas da União Europeia”.Realçou que as escolas têm hoje uma missão diferente e mais difícil do que no passado, dificuldade que se prende “com as novas exigências que o mercado coloca aos jovens que nele entram”. E sublinhou que “o sistema de ensino já não é só um sistema de aprendizagem, posto que tem de responder de forma positiva a novas exigências e sinais sociais, em áreas como a saúde, o ambiente e a cidadania”.

Leia o resto no Público Online.

Comentário

MLR insiste nos lugares comuns e na desfiguração do papel da escola e da profisão docente. Para MLR, a escola serve para tudo menos para cumprir a sua essência: transmitir a herança cultural, científica, artística e tecnológica. MLR opina que a “escola já não é só um sistema de aprendizagem”. Diz que as “escolas têm hoje uma missão diferente da que tinham no passado”. Diferente em quê? Não continuam a ensinar Matemática, Línguas, Ciências, Artes, Tecnologias, História e Geografia? Não continuam a desenvolver o potencial de cada um? Não continuam a fazer a formação cultural e cívica das novas gerações? Repare como MLR desvaloriza o papel da escola enquanto promotora da aprendizagem e valoriza os “novos papéis” de prestação de cuidados sociais e de guarda das crianças e dos jovens. Quando MLR afirma que a escola “tem de responder de forma positiva a novas exigências e sinais sociais”, está a reforçar a desfiguração da escola e da profissão docente, tornando-os agentes que prestam serviços sociais e esquecendo-se de que os serviços sociais devem ser prestados, não pelos professores, mas sim pelos assistentes sociais e educadores sociais.

MLR fala muito, diz sempre a mesma coisa e insiste nos lugares comuns. A sua presença constante nos media e nas escolas é um factor de perturbação. Cada vez que abre a boca lança mais confusão sobre o sistema e aumenta a desmotivação e irritação dos professores.»

(http://ramiromarques.blogspot.com/2008/05/mlr-insiste-nos-lugares-comuns-e-na.html)

O que importa esconder do exemplo finlandês.

“Los finlandeses, los europeos con mejores notas, tienen actividades deportivas todos los días.”

Há evidências nos estudos epidemiológicos que alertam para a importância da adopção de estilos de vida activos como meio de prevenir os riscos de doenças de essência hipocinética, das quais se destacam as cárdio-vasculares.
A adopção de estilos de vida cada vez menos activos, quando aliados aos problemas de obesidade, exige das entidades responsáveis pela Saúde Pública uma acção concreta dirigida à alteração de hábitos comportamentais. É necessário recorrer a um conjunto de estratégias diversificadas [a televisão e os meios de comunicação social jogam aqui um papel essencial] para sensibilizar as famílias para a necessidade de alteração dos seus hábitos de vida. A escola é chamada a colaborar. É indispensável convocar a educação física para dar o seu contributo. Apesar das recentes recomendações do parlamento europeu que desafia os estados membros a aumentarem o tempo semanal da Educação Física, o nosso governo parece incapaz de encarar o problema de frente. As pressões no sentido da redução da carga lectiva semanal fazem emergir o risco de se enveredar pelo caminho mais populista: a diminuição do peso das disciplinas pretensamente secundárias, entre as quais a Educação Física. Aliás, este caminho já foi iniciado, como comprova a presença muito subtil da disciplina nos cursos de educação formação, do ensino básico, e nos cursos profissionais, do ensino secundário.

E assim vamos cantando e rindo com a aposta centrada em programas de educação para a saúde inócuos já que se limitam a iniciativas esotéricas, como por exemplo, as acções de formação com “sabor a papel de música”. Há, no entanto, excepções que confirmam a regra: O programa Pessoa, ainda em fase de implementação, será desenvolvido no concelho de Oeiras e que parece bem desenhado para fazer face a este problema.

Isto vem a propósito deste texto da Glicéria e da sugestão de leitura do Ramiro Marques.

Desafio II

Em resposta ao desafio do Zé Manel do Blog Ruptura de Vizela (a LN acabou por me deixar uma ponta no conversamos?!), aqui vai:

5ª linha, página 161 do Livro ” A escola pública” de João Barroso.

“…e assim proceder a uma melhor distribuição…”

É uma ironia escrever esta linha no momento em que ouço uma intervenção do Carvalho da Silva no programa do Prós e Prós em que se discute o Trabalho.

Aproveito este trama na blogosfera para lançar uma pont(e)a a um conjunto de colegas que muito estimo e que me têm fustigado pelo simples facto de se manterem em retiro blogoEsférico… 🙂

Isabel
Miguel
Henrique Jorge
Henrique Santos
Manel
Maria Lisboa

Adenda: Regulamento
1. Pegue no livro mais próximo, com mais de 161 páginas – implica aleatoriedade, não tente escolher o livro;
2. Abra o livro na página 161;
3. Na referida página procurar a 5.ª frase completa;
4. Transcreva na íntegra para o seu blogue a frase encontrada;
5. Aumentar, de forma exponencial, a improdutividade, fazendo passar o desafio a mais 5 bloggers à escolha.

Empresário egoísta…

“Enzo Rossi é um empresário italiano que, durante um mês, tentou viver com os mil euros que pagava aos operários da sua fábrica de pastas alimentares. Ele a sua mulher, que também trabalha na empresa, tentaram gerir a sua vida com dois mil euros. Como o dinheiro, mesmo poupadinho, só chegou até ao dia 20, Rossi resolveu aumentar os vinte empregados em 200 euros por mês. O episódio tornou-se um caso em Itália, e já correu mundo. Quando lhe começaram a chamar “empresário comunista”, respondeu que não. Que é egoísta. Quer empregados motivados e despreocupados com a ginástica mental para pagar as contas, disse. Uma evidência.

A forma como o episódio tem sido contado pela imprensa faz lembrar uma frase de Freitas do Amaral durante a contestação à invasão do Iraque. Quando questionado porque razão se foi alinhando com posições políticas mais comuns à esquerda, Freitas respondeu que nunca mudou. O panorama politico é que se desviou para a direita. De facto, vivemos tempos extraordinários. Os trabalhadores desapareceram e deram lugar aos colaboradores, as bolsas ressuscitam a cada notícia de despedimento e o que devia ser a norma, aumentar empregados que recebem bastante abaixo do salário médio, tornou-se a excepção. Dá direito a excursão de ministros, a seminários em faculdades de gestão e a dezenas de entrevistas. É uma espécie de intervalo na programação do noticiário para apresentar um “comunista” no seu habitat natural. Um freak show. Com tanto elogio, parece que ninguém perdeu tempo para fazer as contas e reparar que o generoso aumento só vai durar até ao dia 24 de cada mês.”

de Pedro Sales (0 de conduta)

O poder local em todo o seu esplendor…

Reunião de Câmara de Vizela com laivos fascistas

O presidente de Câmara de Vizela tentou expulsar Susana Ribeiro do Notícias de Vizela, dizendo “ponha-se daqui para fora, porque quero falar com a outra Senhora”, a jornalista disse que não saia, o presidente afirmou que o espaço é público, mas é da Câmara e ele é que manda.
Este agarrou a jornalista pelo braço e arrastou-a até à saída. A jornalista saiu pelo próprio pé. E apresentou queixa na GNR.
A atitude do presidente deve-se ao facto do NV escrever mentiras. (in nv)” (via Ruptura Vizela)

A transferência de competências da administração central para a local na área da educação promete…

Na mouche

“[…] Querer é, de facto, a questão essencial, o requisito fundamental de qualquer mudança. Primeiro querer; depois saber; por fim, poder. E coloca-se então a questão: que medidas, que dinâmicas, que iniciativas fazem um número significativo de pessoas (de professores, digamos) querer mudar de práticas, de métodos, de posição, de processos?” (Terrear)

Há quem pense, erradamente, que basta circunscrever os factores motivacionais da mudança às dimensões coercivas…

Telhados de vidro…

O De Rerum Natura é um excelente blogue, que nos presenteia, não raras vezes, com textos interessantes acerca dos males que conspurcam a qualidade do ensino não superior. Fico algo surpreendido com a desenvoltura de alguns colegas, que não se ficam pelos diagnósticos, eles passam mesmo às soluções. Melhores manuais escolares, novos programas, reconfiguração dos planos de estudo, menos ministério da educação, etc., etc.

O rigor, a disciplina, o esforço, o trabalho, valores que dizem não ver reflectidos nas políticas de educação não superior, podem e devem estar presentes nas instituições do ensino superior, formadoras de professores, com autonomia para ditar as regras do jogo e definirem o perfil de saída dos profissionais do ensino.
Sem um ministério da educação por perto a tolher as políticas de rigor que se desejam ver implementadas no ensino superior, seria louvável que a massa crítica dos investigadores e docentes (os colegas do Rerum Natura são referidos como mero exemplo) fosse capaz de se auto-reformar e desencadear a expurgação de um certo relativismo cultural (facilitista), aquele que nos entra pelo ensino não superior dentro, pela via universitária, e que sustenta o famigerado “eduquês”.

Sono profundo…

Durante um breve passeio pela blogosfera, encontrei 4 textos interessantes. No blogue do Pacheco Pereira, o historiador dá-nos conta do desfasamento entre a retórica macro das reformas e a realidade micro, no caso das escolas e dos professores.
Este acordar tardio não abona nada a seu favor e é um sinal que revela, em primeiro lugar, a dissonância entre uma realidade virtual, que ele ajuda a criar nos média, e o quotidiano dos cidadãos.

Fauna…

Há coisas que nem ao diabo lembra [ou lembrava]…
Não sei se são resquícios de um ano vivido intensamente ou se é um sinal da idade que passa por mim sem me pedir permissão. Sempre que ouço um toque de campainha fico incomodado e com vontade de a fulminar. Infelizmente, a minha escola ainda mantém activo esse velho instrumento de tortura, de auto-punição: a campainha – é um artefacto que não promove a responsabilização do cumprimento de horários… mas isso seria outra conversa…

Hoje acordei sobressaltado. O toque era intermitente. Vivo num local pacato onde predomina o verde e, nestes dias de verão, o som dos pássaros abafa o ruído dos motores. Fui à janela ao encontro do tilintar e… ali estava, bem no cimo da figueira, o novo brinquedo do vizinho das traseiras: um cata-vento estridente…

Esta fauna é de facto admirável!…

Apoio à APD

A Associação Portuguesa de Deficientes é uma organização de pessoas com deficiência, constituída e dirigida por pessoas com deficiência. Enquanto organização de direitos humanos, tem por objecto a promoção e defesa dos interesses gerais, individuais e colectivos das pessoas com deficiência em Portugal.

Baseada no princípio de que as pessoas com deficiência são os peritos em matéria de deficiência, que conhecem melhor que ninguém os problemas que enfrentam e as soluções para os ultrapassar, a APD não limita a sua acção à denúncia das situações de discriminação de que são objecto estes cidadãos. Analisa, dá pareceres, apresenta soluções, por forma a influenciar as medidas e políticas em matéria de deficiência.

Do blogue do Henrique à Associação Portuguesa de Deficientes foi um pequeno passo. Acedi ao seu convite para divulgar a APD e seleccionei este testemunho, escrito na 1ª pessoa, para robustecer a iniciativa blogoEsférica.

Políticos de algibeira e reformas inacabadas…

Há já algum tempo que acompanho, com algum distanciamento mas com muito interesse, o fórum de discussão promovido pelo Grupo de Avaliação e Acompanhamento da Implementação da Reforma do Ensino Secundário (GAAIRES). Creio que a minha fugaz participação deixou rasto no fórum e, por esse motivo, recebo na caixa de correio os registos diários de alunos, pais e professores.
Hoje encontrei um testemunho que, por ser tão óbvio e acertado, merece o meu destaque:

Carlos Cunha – segunda-feira, 9 Julho 2007, 22:29

Tenho acompanhado atentamente os desabafos de Colegas / Pais, sobre os exames nacionais, sobre os novos programas, sobre as alterações em geral. É um assunto complexo que merece distanciamento e bom senso (que não sei se tenho). Portugal tem acumulado sucessivos atrasos e reveses na sua prestação em testes internacionais de aferição (veja-se os PISA). Era urgente, era inquestionável a necessidade de mudança.
O problema é que neste País, os políticos são de algibeira, tão preocupados com o seu partido, que esquecem o País que servem, normalmente com assessores nomeados por proximidade política e não por distinção científica. Isto tem tido consequências terríveis a todos os níveis, mas na Educação é “mortal”. Teria sido necessário um acordo supra-político para a Educação (Holanda, Bélgica, Irlanda), que não faz depender os seus paradigmas do vento partidário, mas dos objectivos definidos para o País. Em vez disso, o PS estrutura uma reforma, o PSD altera-a na sua génese e o PS está a aplicá-la a contra-gosto, alterando o que pode e como pode. Resultado: uma manta de retalhos que tem uma origem interessante mas a aplicação que se vê: programas que entram antes dos currículos, alunos “entalados” que não são 286 nem 74, jovens desmotivados, professores confusos, pais desiludidos, uma geração com muitas dúvidas sobre o seu futuro. O próprio Ministério da Educação parece um corpo de bombeiros: ainda não apagou um fogo completamente, e já outro começou numa outra frente.
Penso que seria altura de fazer um verdadeiro balanço sobre os estado da Educação, sem pensamentos rosa, laranja, vermelho ou outros. O atraso em relação à Irlanda devia deixar-nos a todos vermelhos… de vergonha.
Só depois, estes desabafos poderão ter o verdadeiro efeito, e a reforma terá verdadeiros resultados no futuro da Educação deste País. Só então os professores poderão ser verdadeiramente motivados a aplicar as metodologias que estes novos programas exigem, largando os “exercícios”, e desenvolvendo nos alunos verdadeira capacidade de raciocínio, permitindo-lhe resolver os problemas que lhe são apresentados. Só então os Exames Nacionais avaliarão aquilo que os programas pretendem desenvolver, e não questões de memorização mesquinha, sem nexo e sem objectivo. Só então o ensino experimental fará sentido. Só assim se conseguirá o apoio dos pais e dos alunos que passarão a ver o objectivo do seu esforço.
Consultem-se alguns exemplos:
http://www.gcse-science.com/teachers_subpage.php?cat_id=183
http://www.iop.org/activity/education/Teacher_Support/Teachers_Network/page_2574.html
por exemplo.
Perdoem-me o desabafo e o “ácido” destilado no mesmo.”

Carlos, por mim, estás perdoado! 🙂

Déjà vu…

Paralelamente à manifestação de protesto, contra a excessiva flexibilidade e reduzida segurança das leis laborais, realizada durante a cimeira que ocupou os ministros do Trabalho e dos Assuntos Sociais, em Guimarães, tive o prazer de conhecer pessoalmente a Armanda do blogue Escola Revisitada e o Henrique Santos do blogue Da crítica da Educação à Educação Crítica.

Foi interessante sentir a familiaridade cúmplice da blogosfera…

Dizer bem

“Compromisso Portugal diz que Governo corre risco de falhar objectivos para a educação.” (In: Público, 28.06.2007)

O Henrique e a Maria Lisboa merecem o meu apreço: pela persistência em denunciar sucessivos atropelos a direitos fundamentais; e pela astúcia que denotam ao desmontar discursos “do lobo em pele de cordeiro”.
Bem hajam!

As minhas 7 maravilhas da blogosfera

Ora aqui está mais uma iniciativa que vem mesmo a calhar nesta semana do v(b)em-dizer. E se há momentos em que não me importo de ser repetitivo é no momento de elogiar. O João Paulo do Diário de um professor considera este cantinho uma das 7 maravilhas da blogosfera. Ora vejam lá! É uma nomeação simpática, que me lisonjeia, mas que é uma qualificação claramente desmedida e que eu irei relativizar.

A ideia partiu daqui e visa reconhecer publicamente o esforço, a dedicação e o talento para a arte de blogar de alguns dos nossos congéneres. Passarei ao lado do concurso [com regulamento ;)] para reforçar apenas o lado positivo da iniciativa.

Porque eleger é excluir, vou excluir todas as outras maravilhas que o meu leitor de RSS assinala sempre que ocorre uma actualização [refiro-me a todos os links da barra lateral e uma dúzia de blogues que ainda não tive oportunidade de actualizar mas que se encontram dentro da pasta dos meus favoritos], vou excluir também [esta exclusão é táctica ;)] as minhas mais que maravilhas que partilham alguns dos meus cantinhos [o Miguel, a Maria Lisboa, as Teresas, a Isabel, o Henrique, a Tit, a Ana e o tsiwari], as minhas 7 maravilhas da blogosfera são as seguintes:

O Manel é a maravilha cúmplice, que vem de longe
O Paulo é o “menino” maravilha da blogosfera, é o Ronaldo cá do burgo 😉
O JMatias é a maravilha da (in)formação diversa
A Idalina é a maravilha efervescente
O Henrique é a maravilha acutilante
O Zé Manel é a maravilha da ruptura
O Karadas é a maravilha que se divide em dois cantinhos, o cantinho do glorioso e o cantinho da educação

Adenda: Estou à espera que as minhas mais que maravilhas tenham entendido a acção táctica… Vamos lá dar a conhecer outras maravilhas aos congéneres! (esta do congéneres dá uma ar mais sério à coisa eheheh;)

Bem-dizer…

Aderi com agrado à proposta da Idalina e penso cumprir escrupulosamente a semana do bem-dizer. Não sei se a escolha do período foi intencional mas, a meu ver, o momento não podia ser mais oportuno depois da festança são-joanina. Creio que precisarei de uma semana para deixar que o antiácido cumpra a sua função… é um 1 em 2… ;o)

UMA CORRENTE DIFERENTE…

… porque há correntes que não quero quebrar!…

“Ainda acredito que qualquer revolução do futuro terá início na livre propagação das ideias que a Internet acelera.
Nesse aspecto, a blogosfera constitui para mim o berço ideal para o germinar das soluções ideológicas para o vazio que se instala aos poucos onde antes existiam convicções inabaláveis.
O mundo mudou e em muitos aspectos para pior. E se antes era possível contar com o filtro apertado de valores que obrigavam mesmo os piores a imporem limites para os desvios nas respectivas condutas, nestes dias isso já não acontece da mesma forma.
Cada um no seu espaço privado, ficamos mais à mercê das bizarras associações de interesses que se formam com facilidade neste meio virtual.
E por isso urge despertar de novo a ideia de que a união faz a força.
Essa união existe nas redes cada vez mais complexas que se formam entre aqueles que visam dar largas às suas taras hediondas e, por sua vez, atraem as habituais seitas sem escrúpulos que aproveitam o ensejo para lucrarem das formas mais impensáveis com a “mercadoria” mais vulnerável que a sociedade produz.
As crianças são o alvo da cobiça desta gente que rapta, viola, escraviza e, no topo da desumanidade, chega a roubar-lhes os órgãos internos para comércio clandestino.
Esta insanidade tem que acabar e depressa.
Nós, os que blogamos, temos na mão um instrumento poderoso de divulgação de tudo quanto nos aprouver. Ou seja, podemos constituir-nos num grupo de pressão com visibilidade suficiente para, em esforços colectivos, atrair a atenção mediática e, em última análise, influenciar a opinião pública em torno de temas que de outra forma podem perder-se no meio do bombardeio de informação.
Uma das mais conhecidas ferramentas de propagação seja do que for na blogosfera são as correntes que tantos abominam. E na maioria dos casos com toda a razão.
Porém, esse mecanismo de sucesso comprovado é utilizado quase em exclusivo para a divulgação de testes, questionários e paródias várias, por norma concebidos para inflacionar os contadores do blogue de origem.
E eu gostava de ver esses nossos esquemas a funcionarem de uma forma mais útil para o mundo que integramos e ao qual podemos oferecer contribuições importantes para o tornar melhor.
Gostava de conseguir dar origem a uma corrente que espalhasse pela blogosfera portuguesa o rosto e o nome do Rui Pedro e a causa que ele simboliza.
Tão simples quanto publicar um post com o nome do Rui Pedro no título e a foto do que se presume ser a sua actual aparência.
Porquê? Acima de tudo pelo sinal que isso enviaria aos pais das crianças desaparecidas quanto à capacidade dos seus conterrâneos de se solidarizarem e de darem algo de si pela causa.
Essa causa é a recuperação das crianças e jovens caídos nas garras dessas organizações medonhas, a criação de mecanismos de protecção legislativos, policiais e civis eficazes, o apoio sustentado, permanente, às vítimas que são também as famílias de quem desaparece sem deixar rasto.
E a guerra informática sem quartel a tudo quanto esta ameaça à escala planetária produz.
Só mantendo a questão num plano mediático, nas prioridades de um país que se move ao sabor das modas e das correntes que a Imprensa cria e os vários poderes aproveitam, só assim se reúnem as condições necessárias para que algo de bom aconteça.
E é preciso acabar com a ilusão de impunidade que o excesso de passividade fomenta.
Se as pessoas conseguem unir-se para expulsar da sua comunidade as ovelhas ranhosas que as importunam no plano analógico, acredito que poderão fazer o mesmo no domínio virtual.
Eu gostava de ver erradicados deste meio todos quantos ameaçam a vida e a felicidade das nossas crianças com as suas salas privadas de partilha de imagens abjectas.
E porque alguém tem que dar passos nesse sentido, peço encarecidamente aos seguintes espaços que publiquem um post com a foto acima e o nome do Rui Pedro e tentem convencer outros tantos (ou menos, ou mais) a fazerem o mesmo.
Vamos mostrar ao país que a blogosfera reúne pessoas de bem e capazes de encontrarem no seu tempo a motivação necessária para lutar pelas causas mais prementes destes dias que partilhamos em comum.
Vamos dar um sinal de esperança às vítimas e um sinal de alerta aos seus algozes.”

A Educação do meu Umbigo, do PGuinote
Terrear, do JMatias
Tempo de Teia, da 3za
O Cartel, do Cartel

que a passem a outros e digam aqui, para enviar para ali.

Semana do dizer bem

A Idalina sugere e eu aprovo:
“Este foi mais um ano difícil para os professores. Não vale a pena sequer descrever toda a natureza das nossas frustrações, preocupações, desânimos, revoltas.
Contudo, muitos de nós, na blogosfera manifestam a resiliência, o optimismo, o bom humor essenciais a uma profissão que lida com a juventude.
Sem perdermos o nosso olhar crítico sobre o que se vai passando, e os primeiros exames aí estão para anunciar novos temas de debate, proponho a semana de 25 a 31 de Julho para a semana do dizer bem: de um aluno, de um colega, de uma iniciativa…
Sempre há-de ter havido razões que nos fizeram sentir que, apesar de tudo, vale a pena.

Se concordar, passe a palavra.”

hummm… de 25 a 31 de Julho?… creio que já terei comigo a máscara das férias 😉

Adenda: Ateração de última hora. SEMANA DO DIZER BEM, de 24 a 30 de Junho.

Destaque…

É, muito provavelmente, um dos meus blogues favoritos…
Este Blogame mucho é imperdível ;o))

Grossuras

Não devia haver férias.
Devia haver “time-outs”, mais “time-outs”, os que fossem necessários. Férias não.
As férias são longas demais, curtas demais, cansativas demais e criam, ainda por cima, antes de acontecerem, expectativas demais.
As férias são uma espécie de intervalo dum jogo em que estamos a levar cinco a zero na peida e já nos enfiaram, ainda por cima, duas bolas nos postes: passamo-lo, ao intervalo do jogo, a cismar na merda que vai ser suportar a segunda parte, enquanto o “mister” tenta conservar o emprego gemendo “força, rapazes!, vamos a eles!”. Fininho.”