Mundial de futebol – Um outro olhar.

É do senso comum olhar para um jogo de futebol e apreciar apenas a fase ofensiva. Mas quem aprecia o jogo de futebol pela sua lógica interna, pela alternância das fases de jogo, pela expressão das possibilidades dos jogadores nesse mosaico fluído de movimentos debilmente articulados, em que o TODO é sempre maior do que a soma das partes, não pode deixar de louvar o trabalho que foi realizado pela equipa técnica da selecção. Quem acompanhou esta equipa desde o início, desde o começo, onde a equipa era uma manta de retalhos sem uma ideia de jogo, sem um modelo de jogo, metamorfoseou-se num conjunto homogéneo que é, hoje, valorizado e respeitado por todos os intervenientes directos no próprio jogo, pelos jogadores e treinadores adversários.

Hoje observámos dois modelos de jogo antagónicos. Venceu o espanhol, é verdade. Mas não encontro motivos para menorizar o nosso modelo de jogo. Quem assistiu, recentemente, ao jogo defensivo da equipa de José Mourinho em Barcelona, exaltou a excelência do trabalho defensivo. Mais até do que a organização ofensiva da equipa, no jogo da 1º volta, que lhe permitiu entrar na 2ª volta da eliminatória com vantagem. Teria saído enaltecida a audácia do treinador se o resultado final fosse negativo?

É evidente que a selecção portuguesa tem margem de progressão. Ao contrário da selecção espanhola em que dá a ideia que a equipa começou a ser construída da frente para trás, face à qualidade dos médios e atacantes, a nossa selecção foi construída, e bem, de trás para a frente face às características dos “nossos” jogadores. Esta competição foi apenas o começo e, face aos resultados alcançados, começámos bem.

Para memória futura, não posso deixar de enaltecer o trabalho da equipa técnica e dos jogadores porque acrescentaram valor ao JOGO.

À política o que é da política.

Educação: PSD quer saber em que estudos se baseou o Governo para encerrar escolas.

Por que carga de água um governo necessita de um estudo para legitimar uma decisão política? Desde quando uma decisão política é alicerçada na investigação?
O PSD não esteve bem, neste caso, ao solicitar um estudo ao governo porque num ápice aparecerá um estudo valteriano a fundamentar tudo, e até o seu contrário, se houvesse necessidade.
O PSD devia escrutinar as implicações políticas de tal medida, designadamente, no reordenamento do território, na coesão social e na equidade. Esse é o debate político que o PSD deveria promover se o seu interesse em resolver as assimetrias fosse genuíno.

Uma aliança contra-hegemónica.

A Fenprof e a Confap fizeram uma declaração conjunta que denota o consenso a propósito do reordenamento da rede escolar.

Lendo atentamente os pontos de convergências entre estas duas organizações, é difícil não concordar com o enunciado: são dez pontos onde se reivindica o bom senso dos responsáveis políticos. Cortar na despesa sim, claro, mas sem mandar às malvas a coerência das políticas educativas, fazendo tábua rasa de algo que ao longo de muitos anos foi usado para legitimar a transferências de responsabilidade política para as autarquias e para as escolas: é assumir, definitivamente, o óbito de projectos educativos, Conselhos Municipais da Educação e Cartas Educativas Municipais. Finaram 3 dos instrumentos alegóricos de uma política educativa centralista.

Sob o ponto de vista da substância do que foi acordado entre a Fenprof e a Confap não há, digo eu, grandes objecções. Já o mesmo não se poderá dizer da interpretação política da aliança táctica entre duas organizações políticas que andaram de candeias às avessas na última legislatura.

Face ao posicionamento da Confap na última legislatura, só se aceitará este aliança se se pensar hereticamente. Só é possível aceitar esta aliança porque, isto é inequívoco, contém benefícios comuns e porque esta aliança não põe em risco a essência dos valores e crenças conciliáveis com a defesa da escola pública.

Erro Crasso

É fácil ser dirigente político enquanto prevalecer a ideia (e a prática) da desresponsabilização dos actores políticos pelas suas (más) decisões. José Matias Alves evoca um conjunto de razões que permitem afirmar que a criação de mega-agrupamentos é um Erro Crasso.

Mega-agrupamentos: sistematizando a crítica

do terrear de JMA

Já por diversas vezes aqui sustentei que a criação intempestiva e forçada dos mega-agrupamentos estão a ser (vão ser) um Erro Crasso e parecem colher a simpatia de um número indeterminado de municípios que vêem nesse processo uma forma de acederem ao controlo das escolas secundárias.

E é um erro Crasso pelas seguintes razões:

a) as lideranças instrucionais e transformacionais (que a literatura reconhece como forças poderosas de mudança educacional) perdem as condições de exercício e tendem a transformar-se em mera gestão burocrática de estruturas;

b) a comunicação intra-agrupamentos era um ponto crítico reconhecido na generalidade das situações o que limitava fortememente a coerência e a coesão na acção; com esta medida a comunicação tende a ser um simulacro; e as articulações verticais e horizontais – outro ponto crítico do sistema – serão definitivamente enterradas;

c) a necessidade de uma missão e de uma visão comuns construída pelo maior número possível de actores, já de si tendencialmente inexistente, mas que toda a investigação reconhece como central na promoção da eficácia orfanizacional, vai ser completamente erradicada. Muitos anos de vão passar até ser possível restaurar o que agora se perde;

d) os climas de escola – reconhecidamente uma variável central na promoção das aprendizagens dos alunos – são seriamente danificados com este processo caótico e irracional;

e) a monitorização e auto-avaliação dos processos e resultados – um dos maiores pontos críticos identificados pela avaliação externa realizada pela IGE – vão ser ainda mais fragilizadas, perdendo, por muito tempo, a esperança de colocar a auto-avaliação ao serviço da melhoria das organizações educativas;

f) o trabalho colaborativo, designadamente em sede de departamentos, tão necessário para enfrentar os complexos desafios educativos, tende a ser impossível com as mega-estruturas entretanto decretadas;

g) a confiança numa ordem legal estável e confiável é definitivamente enterrada; conselhos gerais eleitos há pouco mais de um ano são desfeitos; directores seleccionados e eleitos no mesmo prazo temporal são agora chamados e despedidos uns e promovidos outros a directores fictícios de conglomerados organizacionais;

h) as relações entre os membros da organização – factor chave de sucesso – são seriamente afectadas criando-se um ethos destrutivo e nefasto;

i) a concentração e a hierarquização do poder – ao invés do pretendido – são factores de perda, de ameaça ao necessário empowerment , de reforço das tendências centrífugas e anárquicas, sendo expectável o cenário daingovernabilidade destas mega-organizações;

j) as ligações escola-família – outro factor crítico – nada ganham com esta solução, podendo, pelo contrário, afectar a comunicação com o dirigente máximo;

l) a co-existência de culturas profissionais em conflito de visões e percepções pode transformar a escola numaarena política ainda mais destrutiva.

É certo que esta "solução" pode poupar alguns milhões de euros (em qualquer caso, está longe de estar demonstrado o ganho significativo). Mas os prejuízos educativos e pedagógicos são incalculáveis. Custa-me viver num país que tão levianamente afecta e prejudica centenas de milhares de portugueses.

As partes mandam o todo às ortigas *.

Estou como o Ricardo: Também não gosto de guerra dentro das trincheiras. Não gosto, provavelmente, pela razão oposta. O Ricardo sente-se revoltado com os colegas que decidiram apontar o dedo àqueles que entregaram os OI’s candidatando-se às menções de “topo” e beneficiando agora da promoção para efeitos de concurso.

O argumento que o Ricardo utiliza é o argumento de direito e que pode ser reduzido à seguinte enunciação: “A lei consentiu? Então só não a aproveitou quem não quis!”

É evidente que nenhuma luta colectiva resistirá a este tipo de argumento porque, como é fácil de compreender, nenhum professor se atreverá a beliscar os seus interesses pessoais imediatos por algo maior, quiçá intangível, de médio e de longo prazo, sem um movimento colectivo de oposição.

Mas quem abdica da luta colectiva, se pretender ser congruente, não lhe interessará questionar a estratégia, nem a táctica sindical, porque não reconhece o sentido dessa luta. Isto é, deve mandar às ortigas quem negoceia em seu nome e exigir uma negociação individual do contrato de trabalho.

Face ao sentido das políticas deste governo, e até do próximo que está a governar na sua sombra, estes colegas, que decidiram tratar da sua vidinha num momento em se exigia uma grande unidade na acção reivindicativa, têm motivos de sobra para estar satisfeitos e esperançosos.

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Adenda: * para não ferir susceptibilidades, este vocábulo foi escrito no "pós-acordo" ortográfico… hummm… e susceptibilidades também… ó diabo  😉

Mega hipocrisia!

A ideia da criação de mega-agrupamentos é mais uma peça do plano neoliberal, direi que é a última peça, que gira em torno da criação de ligações fortes entre a economia e a educação. A racionalização dos meios e recursos faz parte de um linguajar economês que visa, em última instância, colocar a escola no mercado.

Note-se que a criação de mega-agrupamentos é acompanhada por uma retórica gestionária que entra rapidamente no discurso do senso comum com sendo algo inevitável. O Estado sem poder alocar mais dinheiro para a educação ver-se-á forçado a pensar outras formas de financiamento. Não tardará o debate acerca dos planos de financiamento dos alunos e/ou das escolas. O que é surpreendente no meio disto tudo é que este capítulo da nossa educação está a ser escrito por um governo que se diz de esquerda.

Mas que grande hipocrisia!

Aumenta a diminuição… ou diminui o aumento… ou venha daí um Valter para explicar o fenómeno.

O número de agressões a professores e funcionários aumentou quase 40 por cento em 2008/09, face ao ano lectivo anterior, enquanto em relação aos alunos registou-se uma diminuição de 21,8 por cento, segundo dados do programa Escola Segura hoje divulgados.

Está enganado se pensa que os números são preocupantes para o ME. Bem pelo contrário, até porque há sempre uma interpretação valteriana:

De acordo com os números divulgados pelo Ministério da Educação, registou-se, no entanto, uma redução de 15 por cento do número total de ocorrências, que passaram de 6039 para 5134, entre os anos lectivos de 2007/08 e 2008/09.

Relativamente às agressões a alunos, este número passou de 1317 para 1029 naquele período – menos 21,8 por cento – , mas a tendência não é acompanhada quando são analisados os dados referentes aos docentes e aos funcionários. (in: RTP)

O mundial deste país foi ao poste.

de João Paulo Videira

Quem me conhece sabe que eu, à semelhança de mais uns quantos portugueses, gosto muito de futebol. Quem não me conhece ficou agora a saber. Quem me conhece sabe também que gosto de pensar e escrever o que por si só não atesta a qualidade do pensamento e muito menos da escrita. Joga a meu favor a prática. E, por fim, quem me conhece sabe que eu gosto de ver a nossa selecção jogar bem e ganhar. Como é sabido de todos e já não só dos que me conhecem, hoje não vi uma coisa nem outra. E, garanto-vos, uma delas me bastaria, independentemente de qual fosse.

Escrevo estas linhas porque estou convicto de que aquela bola que o Cristiano Ronaldo atirou ao poste mudou o presente e o futuro próximo do nosso país. Se tivesse entrado, estavamos bem mais tramados do que estaremos. A nossa selecção está velha, usada, sem ritmo, cansada, sem ideias e, sejamos francos, é muito fraquinha, joga muito pouquinho. está muito longe do que fez em 2004 e em 2006 e, sejamos de novo freancos, pensar que passará a fase de grupos só para quem foi a Fátima no passado dia 13 de Maio e crê em milagres. Felizmente não passará!

Porquê felizmente? Ora não é óbvio!? Vejamos. Se a selecção nacional de futebol passasse a fase de grupos ou mesmo ganhasse um jogo, os prezuízos para a nação contribuinte e trabalhadora seriam incalculáveis. Se ganhasse o que quer que seja, o povão gastaria ainda mais acima do que pode e gastaria dinheiro emprestado pelos mesmos tipos a quem anda a pagar com acréscimo de impostos a má gestão política, financeira e estratégica da nação. Se ganhasse, muitas mais festanças haveria com excessos gastronómicos, já para não falar nas bebidas alcoólicas, com respectivas consequências na saúde de cada um e o enterrar definitivo da saúde pública em termos financeiros. Poderia mesmo haver mortes agora que o INEM já tem menos ambulâncias e helicópetros. De resto, para que é que a gente quer esses recursos se a malta ainda tem força para bufar na vuvuzela. E por falar em vuvuzela e saúde pública, se ganhasse, também na área otorrino haveria um inusitado acréscimo da despesa. Sempre com os mesmos inconscientes gastadores a pagar: a malta que paga religiosamente os impostos. Mas isto não é o mais grave. O mais grave é que, se a selecção ganhasse algum jogo ou passasse desta fase, a distracção que a euforia da vitória causava nas nossas pacatas gentes permitiria ao engenheiro Sócrates, devidamente coadjuvado por Teixeira dos Santos, espetar-nos com um PEC3 em cima e, pior do que isso, colocaria nas letras pequeninas do texto, as coisas que quer fazer mas ainda não foi capaz. Ora, enquanto a malta se distraía e depois voltava à vidinha, nos diversos sectores, far-se-iam pequenas e imperceptíveis mas danosas alterações legislativas. Coisas ao género do ME que, em período de férias, publicava documentos importantes. O outro ME. Este ainda não teve o ensejo. E a nossa sorte foi a bola ter ido ao poste. Desta maneira, voltaremos ao rame-rame quotidiano da labuta, concentrar-nos-emos rapidamente nos assuntos sérios e evitaremos que quaisquer avanços de subversiva intenção nos apanhem desprevenidos.

O nosso país é demasiado pequeno, não só geograficamente, para participar numa coisa que no nome tem a palavra mundial. Nós somos assim de amplitude mais distrital ou mesmo concelhia do mundo. E depois, como se vê pelo distinto seleccionador, somos uma raça esquisita. Ele é a relva que não presta, o vento que é forte, a chuva que é molhada, e até o diacho do adversário que quer a bola só para ele. Ora, se não temos estrutura para uma coisa mundial, o melhor é não nos distrairmos com ela. Quando o Cristiano chutou, se a bola tem entrado, a euforia tinha-se espalhado qual praga e o PM estava já esfregando as mãos de contente. A nossa sorte foram duas: uma, o capricho dos deuses e dos ventos e do destino e essas coisas todas que fez com que a esférica borracha fosse ao poste e voltasse para trás. Outra, o facto de o Mário Nogueira ter imediatamente consultado o Secretariado Nacional da FENPROF sobre a matéria tendo sido aconselhado a que se fizessem todos os esforços para que a gracinha se não repetisse não fosse a bola entrar. Fez-se uma extensa reunião com representantes da FPF, uns quantos telefonemas para a África do Sul e, como puderam presenciar, não houve mais bolas ao poste, nem tão pouco o risco do remate. Acredito que fizemos (SN) um favor ao país. Claro que vai já haver quem diga que queria que a selecção ganhasse e, como tal, muito haverá quem dirá mal da FENPROF. Mas desses há sempre quer a selecção ganhe ou perca, faça sol ou chuva, haja PEC ou não. Haverá mesmo um conjunto de cépticos que negarão que os sindicalistas tenham feito alguma vez tal esforço de salvação dos pátrios destinos. Mas, para esses, teremos sempre as actas negociais a comprovar a veracidade das nossas boas acções!

O mundial deste país foi ao poste? Não faz mal, conquanto vamos marcando pontos cá dentro!

SEE: O acordo foi inviabilizado pelo orçamento

Não faltarão motivos para menorizar a capacidade negocial da FENPROF bastando sublimar os aspectos que poderiam ser acautelados no acordo. É possível criticar a estratégia e a táctica (negocial) mas falta sustentação à crítica de que a FENPROF agiu de má fé ou que as negociações reflectem uma agenda partidária oculta.

Mas há um recorte que revela o reconhecimento do SEE de que o ME faltou aos termos do acordado. Pouco ou nada foi legislado depois do acordo e até se percebe porquê. (Acta 11)

Norma 02

(2ª reedição 13 de Junho de 2008 e 15 de Junho de 2009)

Tenho de reconhecer que tenho ainda muito caminho para andar até me transformar num bom operário da educação. Pressinto que me querem impingir esse estatuto, por razões meramente economicistas, mas ainda [?] não estou preparado para o cumprir. Estarei desfasado deste tempo? Sinto que as funções acessórias que estão a ser relevadas no conteúdo funcional da profissão que escolhi não se coadunam com o investimento que fiz na profissão e muito menos com as minhas expectativas de educador.
Tenho de reconhecer que não me sinto nada confortável, mesmo nada confortável, a ouvir a leitura de uma norma [02], que deveria ser distribuída pelos professores em formato digital [só para evitar o desperdício de papel]; Não me sinto nada confortável a vigiar uma prova de exame onde apenas é requerida a presença física e um mutismo fiscalizador; Não me sinto nada confortável a preparar pautas de provas de exame, resmas de papel para cumprir um ritual administrativo oco de conteúdo…
É um pena não exigirem mais do meu trabalho do que o simples cumprimento de formalismos inócuos. Corro o risco de passar uma imagem de imodéstia ao denunciar um pretenso desperdício de capacidade.

Quem não se sente não é filho de boa gente!
Manga-de-alpaca? Não, muito obrigado!

Cantinho corporativo – Petição

Petição ELIMINAR OS BLOCOS DE 45 MINUTOS E SUBSTITUIR POR BLOCOS DE 90 MINUTOS NA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FISICA NO 2º 3º CICLO E SECUNDÁRIO

Para: ASSEMBLEIA DA REPUBLICA; PRIMEIRO MINISTRO, MINISTRA DA EDUCAÇÃO

O assunto em questão é a educação, mais concretamente a Educação Física, área que lecciono. Por favor acabem com as aulas de 45 minutos. Vejamos; 10 minutos para se equiparem, mais 10 minutos para o banho, mais 10 minutos para o aquecimento prévio (activação geral), o que perfaz 30 minutos. Sobram 15 minutos de aula…não faz sentido!! Vamos deixar de assobiar para o ar e deixar andar! Andamos a prejudicar o ensino e vez de contribuir para ele.
Quando se constata que os jovens são cada vez mais sedentários, se verifica um acréscimo preocupante de doenças precoces, fruto dessa mesma vida sedentária e uma alimentação desequilibrada, o que é preciso é mais Educação Física com blocos de aulas credíveis e que produzam efectivo trabalho e rendimento. Blocos lectivos de 90 minutos + 90 minutos é o que proponho. Mente sã em corpo são é fundamental para o desenvolvimento sadio e equilibrado dos jovens. Embora não seja considerada pela maioria das pessoas, ela é de grande importância. A continuar desta forma, a saúde pública vai pagar um preço a médio prazo, se é que não está a pagar já, e os nossos jovens e o futuro deste país serão as principais vitimas da nossa negligência e irresponsabilidade. Não transfiram esta responsabilidade para instituições privadas, tais como clubes, associações, etc. É um dever do estado promover um crescimento saudável ao nível da Educação Física ou Psicomotricidade,aos jovens deste país.

Os signatários

É verdade que a educação da saúde fornece argumentos de sobra para reforçar o papel da Educação Física na escola, mas  não me ficaria por aqui (não gostei nada, mesmo nada, do dualismo corpo/mente…, enfim). Socorrer-me-ia de uma pluralidade de perspectivas para a legitimação escolar da Educação Física (Püse, 1995, citado por Bento,1999), tais como:

– Uma fundamentação antropológica que acentue a relevância do domínio motor e corporal para um conceito integral de educação na escola;

– O significado do desporto na vida social e individual, justificando plenamente a necessidade de preparar as crianças e jovens para intervirem neste sector;

– Acentuação das potencialidade específicas que o desporto encerra para corresponder às necessidades de formação, educação, desenvolvimento e configuração da identidade e auto-conceito dos adolescentes.

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Assinar aqui: http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=SC1966

Chover no molhado

Concordo com o Ramiro, como se infere de tudo o que escrevi sobre o assunto em devido tempo mas que me recuso a repetir agora porque não quero que chova no molhado, embora me projecte no “drama” do PauloG: Este ME, ao invés do anterior, decreta ao retardador.  O que não sendo mau de todo sob o ponto de vista político, porque há menos decisões desacertadas, é um problema: cadê a matéria para nos recrearmos?

Lastimável

É conhecida a promiscuidade público/privado a coberto da legalidade. Um caso paradigmático é a acumulação de funções de alguns deputados da nação que conservam ligações profissionais com gabinetes de advogados, de arquitectos ou de engenheiros, entre outras actividades profissionais. Se é condenável o exercício de deputado em part-time, por maioria de razão é ainda mais censurável a manutenção de uma actividade profissional enquanto se governa.

Vodpod videos no longer available.

A ditadura do economês.

Há uma gramática hegemónica que enforma a retórica dos fazedores de opinião na comunicação social  mas que acaba por entrar no senso comum: Refiro-me ao economês. O problema não está no facto de existir um dialecto inócuo que vai marcando o ritmo e o tom das conversas do cidadão comum. O problema é outro: Sem a compreensão dos problemas não é possível encontrar soluções.

(agradeço ao JPaulo Videira a referência ao seguinte vídeo:)

Escola inovadora?

Escola mais inovadora do país vai ser encerrada

«Começámos com pequenos trabalhos, photo stories, apresentações em PowerPoint, pequenos filmes. O primeiro trabalho que fizemos deu nas vistas porque a maior parte dos colegas não usava computadores. Pusemos no blog da escola e foi assim que a responsável da Microsoft, Adelaide Franco, descobriu o nosso trabalho», contou a professora.

O que me chamou a atenção não foi o aparente paradoxo de encerrar uma escola inovadora. O que me inquietou foi o uso equívoco do termo inovação. A inovação é aqui conotada com o uso de uma ferramenta. Foi  exactamente o que fez o ME, useiro e vezeiro em reduzir o conceito inovação à forma desligada da substância.

Como diria Ferreira Patrício, “a inovação não é boa em si mesma, mas pela sua conformidade a um ideal moral de progresso.”

Deixa-os pousar…

O PauloP parece preocupado com o coelho que a empresa Parque Escolar se prepara para fazer sair da cartola: Modernizar a concepção do ensino pela via da modernização do parque escolar.

Eu não encontro motivos para preocupações:

1. É uma ideia peregrina pretender alterar algo de substantivo no sistema de ensino do topo para a base através do decreto, de arranjos florais ou através da via administrativa.

A modernização da concepção do ensino (é um conceito plural) e é uma tarefa hercúlea e intangível sem a colaboração dos protagonistas – os professores.

2. A opinião de uma arquitecta sobre o modo como se deve ensinar vale o que vale. O que importa saber é se a Parque Escolar está interessada em responder às inúmeras solicitações dos professores nas reuniões que tem mantido nas escolas ou se pretende fazer do programa de modernização das escolas uma feira de vaidades arquitectónicas?

Na única reunião em que estive presente com uma equipa de arquitectos e engenheiros da Parque Escolar não senti qualquer apelo, mais ou menos velado, para a alteração de concepções de ensino. Percebi, isso sim, a hiperbolização do critério financeiro…

Como é que diz que disse?

de João Paulo Videira

Caros leitores,

como sabem, este blogue é, fundamentalmente, um blogue de publicação de escritos provavelmente literários. Não é um blogue sobre Educação. Ainda assim, de quando em vez, não me coíbo de deixar aqui uma ou outra reflexão sobre alguns temas relacionados com a dita. Deve ser defeito de profissão. De professor, a profissão, não o defeito. Esse é meu. E hoje apeteceu-me fazê-lo mais como quem reage perplexo do que propriamente como quem comenta reflectidamente. E admito que haja bondade na medida sobre a qual vou pasmar já a seguir. E se a houver agradeço que algum leitor mais informado ma esclareça. Ora então vamos lá a pasmar: é mesmo verdade que um aluno que chumbe no oitavo ano pode passar para o décimo? É que nem a realização de exames pelo meio nem a sua comprovada veterania etária me convencem da bondade da coisa. Deixem-me aqui escrever um pensamento para quem quer que seja que o venha a ler: a realização de exames não substitui o processo de aprendizagem!!! Irra que é mouco! Já quanto à idade, eu percebo o constrangimento de ter jovens muito mais velhos do que outros nas turmas e também percebo que não é por muito insistir que se obtêm resultados mas, nesses casos, talvez o indicado fosse deixar o jovem viver, contactar com o mundo do trabalho, adquirir experiência e perspectiva e proporcionar-lhe uma oportunidade quando já tivesse mais estrutura para a aproveitar. Sei lá. Isto sou eu a pensar alto. Assim de repente soou-me àqueles prémios de carreira que se dão nas noites dos globos não sei de quê! Uma coisa do tipo. Não conseguiste? Passa a frente que isto é uma perda de tempo! Mais, falta ainda saber que tipo de exames seriam esses… Se forem como aqueles de aferição…

Bem, já destilei. Agora fico à espera de comentários. Ou não!
[Sobre este assunto leia também isto, isto e isto. Já agora, fica mais informado do que com os meus arrazoados. Este blogue chega a ser uma instituição de serviço público sens fins lucrativos!]
E, se lhe apetecer, ouça isto:

Saltar do 8.º para o 10.º ano? É uma medida coerente!

Ministério da Educação permite aos alunos com mais de 15 anos fazer as provas do 9.º ano e saltar a última etapa do ensino básico.

É uma medida inacreditável sob os pontos de vista pedagógico e moral. Reduzir o percurso escolar de dois anos escolares à demonstração de proficiência em exame nacional nas disciplinas de Português e Matemática e em exames a nível de escola em todas as disciplinas do 9.º ano, é uma medida demasiado obtusa para merecer grandes desenvolvimentos.

Mas reconheçamos: ninguém poderá acusar o ME de falta de coerência! O sucesso estatístico a qualquer preço é a marca política de um PS de faz-de-conta!

DIRECTOR DA ESCOLA BÁSICA DE S. VICENTE DE PEREIRA JUSÃ/JI TENTA IMPEDIR ENTRADA NA ESCOLA A DIRIGENTES DO SPN…

… E CHAMA GNR PARA AS IDENTIFICAR

No passado dia 26 de Maio, o Director da Escola Básica S. Vicente de Pereira Jusã/JI mandou bloquear o acesso, à Escola e à sala de Professores, de duas dirigentes sindicais do Sindicato de Professores do Norte (SPN), que se identificaram como tal, tentando impedi-las de exercer as funções que decorrem do seu estatuto legal. É a própria CRP que determina, no ponto 6 do seu artigo 55.º, que “os representantes eleitos dos trabalhadores gozam do direito à informação e consulta, bem como à protecção legal adequada contra quaisquer formas de condicionamento, constrangimento ou limitação do exercício legítimo das suas funções”.

O SPN fez um pedido de uma sala para a realização de uma reunião de docentes da Escola Básica de S. Vicente de Pereira Jusã/JI, cumprindo todas as formalidades legais. O seu director comunicou telefonicamente à delegação de Santa Maria da Feira do SPN que a cedência de uma sala no edifício central da Escola, onde trabalham dezenas de docentes, estaria condicionada à alteração da hora da reunião.

Apesar de haver várias salas livres naquele dia, àquela hora, naquele estabelecimento, e de o Sindicato se ter disposto a realizar ali a reunião, em qualquer espaço (mesmo na sala de professores), o Director determinou que o local seria o Jardim de Infância (JI), situado a cerca de 2Km, onde trabalham unicamente duas educadoras.

Foi esta atitude de chantagem sobre o Sindicato e de intimidação dos próprios professores, que naquelas circunstâncias se sentiriam inibidos em participar na reunião, que levou as duas dirigentes do SPN a deslocarem-se àquela escola, no dia da reunião, com o objectivo de tentar alterar aquela situação.

Não desistindo nunca do exercício da actividade sindical para que estão mandatadas, as dirigentes fizeram valer os seus direitos, acabando por entrar no edifício e dirigir-se à sala de professores, apesar das várias barreiras que tiveram de transpor. Por várias vezes, fora e dentro do edifício, solicitaram, em vão, ser recebidas pelo Director para poderem, face a face, estabelecer um diálogo construtivo e civilizadamente resolverem o problema.

Por volta das 10:45, quando as dirigentes sindicais prestavam alguns esclarecimentos a docentes que estavam na sala de professores, sem serviço lectivo àquela hora, foram surpreendidas com o aparecimento de dois agentes da GNR, que tinham sido chamados pelo Director, por alegadamente terem entrado na escola sem o seu consentimento.

O Director tinha assim consumado a sua falta de respeito pelas regras de um Estado democrático, ao tratar como “criminosas” as representantes legítimas dos docentes, e como um grupo de malfeitores, a instituição sindical mais representativa dos professores do Norte, o SPN.

Quer o Director queira, quer não, o SPN não deixará de exercer as suas funções na Escola Básica de S. Vicente de Pereira Jusã/JI, como em qualquer outro estabelecimento de ensino, junto dos docentes, defendendo os seus direitos e pugnando por uma gestão democrática, que é incompatível com o actual modelo de concentração de poderes numa só pessoa e que, como o exposto demonstra à saciedade, se presta ao desenvolvimento de fenómenos de autoritarismo na escola pública.

Porto, 1 de Junho de 2010

A Direcção do SPN

(Des)Apoiado.

Alegre

"Sócrates apoiou-me por convicção e desta vez é para ganhar".

sempa

Durante algum tempo tive apenas a certeza de que não votaria num putativo candidato. Por que carga de água haveria de votar naquela candidatura que simboliza a aliança perfeita entre neoconservadores e neoliberais da nossa praça?

Hoje sei em quem não votarei na primeira volta das eleições. Durante algum tempo ainda vacilei entre as duas candidaturas que assumem a defesa de um modelo de Estado (Social), esse modelo que alguns burocratas neoliberais insistem em classificar de caduco porque, dizem eles, é insustentável.

Depois da entrevista de Alegre (bipolar) no canal 1 e da declaração de apoio de José Sócrates, tomei a minha decisão.

(imagem fabricada pelo Antero)