Bom 2009

2009Se me permitem o atrevimento, lanço três desejos “umbiguistas” para 2009:

1. Saúde para mim e para os meus (próximos e afastados);
2. Que a aversão visceral pelos trauliteiros não me faça perder a lucidez… e o bom humor.

Sentimento de Si docente

Ao deparar-me com este olhar do JMA ocorreram-me duas ideias que traduzem o “sentimento de Si” docente:

1. Apesar da diversidade dos meios e das formas utilizadas, todos os professores presumirão que quaisquer dos caminhos que vierem a trilhar os conduzirão aos autênticos desígnios profissionais – a dignificação dos professores e a promoção das aprendizagens dos alunos;

2. Na ética prática dos professores, existe um forte sentimento daquilo que resulta ou não; das mudanças que serão bem sucedidas e daquelas que o não serão. E todas as estratégias de mudança estarão condenadas ao fracasso se não tiverem em conta os desejos de mudança dos professores. O desejo, como enfatiza Hargreaves, está no centro do bom ensino.

Objectivos individuais – Sim ou não?

O João Paulo Videira propõe um desafio à blogosfera docente, uma espécie de sondagem de opinião, que testará(?) o grau de coerência dos professores face à efectiva suspensão do modelo de avaliação do ME nas escolas.
A sua questão foi a seguinte: admite não entregar os objectivos individuais se houver uma acção nacional de contestação concertada nesse sentido?
Pelas razões que adiantei aqui, reduzo, sem empobrecer, a questão à forma mais básica: vai entregar os objectivos individuais?

O que valem os apelos à cooperação?

cooperation-mainHouve um momento hilariante que marcou a última acção de formação em que participei. Alguém na plateia desafiara o formador a partilhar os seus ppt, em formato digital, sabendo que uma cópia desse trabalho fora distribuída a todos os participantes. O Não! seco e repentino proferido pelo formador manteve a plateia suspensa durante breves segundos. Depois vieram as explicações, os direitos à propriedade intelectual, as horas de trabalho gastas, etc., etc. Depois vieram as reacções mais ou menos coléricas, mais ou menos assertivas.

Houve um tempo em que as acções de formação eram espaços agradáveis de se frequentar. Por desânimo, como presumiu o SL num comentário mais em baixo, ou por contaminação da conflitualidade, tenho verificado que todos os encontros intra-classe são momentos de catarse. Apesar de ainda procurar ver oportunidades nos problemas e nas contrariedades, tenho de reconhecer que é cada vez mais difícil encontrar um clima positivo nos rituais profissionais em que tenho participado.

Não cedo à tentação de imputar a responsabilidade destes episódios disruptivos à equipa de 5 de Outubro, embora as políticas errantes de MLR disseminem o caos. O que me preocupa são as relações mercantis entre pares que não auguram nada de bom. De nada valem os apelos à cooperação quando as incongruências emergem das retóricas e, principalmente, das práticas.

[Imagem: http://www.nokia.com.br/A41439432%5D

Um cerco ao Cerco

À margem da carpideira que é suscitada pela estória do vídeo do Cerco a que o JN teve acesso, ocorrem-me 3 pensamentos avulsos:
1. Um mais umbiguista – Quais os significados da frieza e distanciamento com que observo excentricidades na escola pública?
2. Outro mais sociológico – Qual o lugar das competências sociais nos currículos escolares?
3. E outro mais político – “O melhor contributo da liderança é desenvolver líderes dentro da organização que a façam crescer para além da sua própria saída” (Fullan).  Como pode um professor exercer a sua função de costas voltado para os desafios da liderança?

Quadratura do círculo

Não causa qualquer espanto a convergência de opiniões que emergem do interior da classe docente que alertam para o facto de ser necessário resolver rapidamente o diferendo ME/professores de modo a minimizar os danos na qualidade da oferta educativa.

Só que uma coisa é percepcionar o problema, outra bem diferente é encontrar a(s) solução(ões).

A elevada tensão entre os professores e o ME é a manifestação de um problema mais profundo: a quebra de confiança entre a tutela e os tutelados. O ME, usando os seus quadros de referência tortuosos, quer “recauchutar” 2/3 dos docentes porque crê na “cientificidade” do seu sistema de quotas e no modelo de avaliação que serve de pretexto para diminuir os gastos no sector. Os professores desconfiam da boa-fé de uma tutela que tem demonstrado falta de tacto político e hostilidade gratuita.

Como resolver o problema?

• Este problema de fundo resolver-se-á se for possível eliminar os tutelados substituindo-os por sujeitos de confiança. Apesar de ser evidente o esforço do ME em precarizar as relações laborais, ainda não chegou o momento de purgar o sistema com mão-de-obra docente mais dócil. Lá chegaremos…
• Este problema de fundo resolver-se-á se o governo não basear a sua estratégia eleitoral num estilo de governação belicista e num perfil de liderança autocrático. Com uma maioria parlamentar que permite os excessos da tutela, não é expectável uma alteração de “rumo” até ao fim desta legislatura; e mesmo que se viesse a alterar a postura do governo, seria sempre uma impostura.
• Este problema de fundo resolver-se-á se os professores, através das suas estruturas de classe, forem convincentes acerca da capacidade de auto-regeneração da classe.

Se isto não é a quadratura do círculo, então estou mesmo a precisar de férias!

Náuseas

Como estou parco em palavras, vou deixar apenas aquelas que melhor traduzem o meu estado de espírito. É uma bagatela de prosa para evocar a ADD, a gestão escolar e o egoísmo e falta de solidariedade que emergem das “titularidades”:
1. Sinto-me nauseado cada vez que ouço da boca dos “inginheiros” deste país os vocábulos: família e escola.
2. Como manter a visão de uma instituição genuinamente pública e democrática, ao mesmo tempo que criticamos rigorosamente o seu funcionamento?
3. As escolas têm, como sempre tiveram, impulsos e pressões contraditórias no seu interior. Contudo, a exacerbação da injustiça contaminou, definitivamente, o ambiente escolar.

De simplex em simplex…

… até ao embuste final.

“Este Decreto Regulamentar vem estabelecer um regime transitório de avaliação do desempenho do pessoal docente da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, para vigorar até ao final do 1.º ciclo de avaliação, que ficará concluído até 31 de Dezembro de 2009.

Uma avaliação dos professores justa, séria e credível, capaz de distinguir, estimular e premiar o bom desempenho, é um instrumento essencial para a melhoria do serviço público de educação e para a própria dignificação da profissão docente. Por essa razão, o Governo decidiu aprovar um novo regime de avaliação, de forma a ultrapassar a situação anterior em que, na prática, não existia nenhuma diferenciação quanto à qualidade do desempenho dos professores.” (in: Comunicado do Conselho de Ministros de 17 de Dezembro de 2008)

Foram dispensados de uma avaliação justa, séria e credível, os professores titulares avaliadores e os presidentes dos conselhos executivos. Agora são dispensados os professores que estiverem em condições de pedir a reforma nos próximos três anos e os professores contratados pelas escolas para leccionar áreas profissionais, tecnológicas e artísticas, que não estejam integrados em qualquer grupo de recrutamento.
Restam os “zecos”. E estes até podem ser dispensados da avaliação da dimensão pedagógica da sua actividade se abdicarem das classificações mais elevadas.

De uma coisa estou certo: A pantomina segue até ao fim da legislatura!

O fim de um mito.

A legislatura aproxima-se do fim e o governo parece ter entrado em pânico. Legisla desmedida e compulsivamente, “beneficiando” das condições privilegiadas concedidas pela maioria parlamentar. Na ânsia de mostrar serviço e obra realizada, o governo preteriu nas escolas a autonomia construída face à autonomia decretada.
É evidente a ausência de condições que permitem libertar as autonomias individuais dando-lhes um sentido colectivo. É evidente que não é possível impor a autonomia às escolas. Se há algum “mérito” nas políticas deste governo, esse mérito consubstancia-se na forma como destruiu o mito da autonomia.

Os professores não podem ser avaliados? Como?

António Avelãs fez a defesa da avaliação dos professores e de uma diferenciação entre eles, admitindo que muitos são bons, outros “acima da média” e outros ainda “abaixo da média”.

“Há quem pense que os professores não podem ser avaliados, mas isso é um suicídio político”, afirmou o dirigente da Fenprof António Avelãs. (in: Público)

Com o frio, as minhas sinapses perdem eficiência. Há por aí alguém que me ajude a decifrar esta afirmação do colega António Avelãs?

Tributo aos mestres

Se nós somos, também, o que aprendemos, devemos parte do que somos a quem foi capaz de nos impregnar de cultura. Devemos parte do que somos aos mestres que deixaram uma marca indelével no nosso desenvolvimento. Cada um, com as ferramentas de que dispunha, foi capaz de gerar a acendalha que alimenta a capacidade de nos espantarmos.

Devo, por isso, um tributo público aos mestres:
Jorge Bento, Nuno Grande, Manuel Ferreira Patrício e Stephen Stoer; José Luís Gonçalves, José Carneiro e Maria Conceição.
Obrigado!

Uma vitória moral ou cada cabeça sua sentença?

Guilherme Silva, vice-presidente da Assembleia da República, defende que a proposta do CDS para a suspensão da avaliação dos professores, votada na polémica sessão parlamentar de sexta-feira, dia 5, foi aprovada na primeira votação.
A notícia é avançada pela edição deste sábado do Expresso e dá conta que o anúncio de rejeição da proposta, feito por Jaime Gama, está «enferma de lapso», pois não levou em conta os votos divergentes de sete deputados do PS. (in: IOL)

Não faz qualquer sentido que a vitória ou derrota de uma votação parlamentar dependa dos humores ou da filiação partidária do  sujeito que presida à Assembleia da República no momento da votação. As declarações de Guilherme Silva são graves e revelam uma de duas coisas: ou fala verdade, o que implicaria a nulidade  da votação parlamentar e a suspensão da ADD teria de ser acatada pelo governo; ou não fala verdade, o que revelaria uma atitude negligente e inadmissível para uma figura de proa da hierarquia do Estado que tem o dever de conhecer as regras procedimentais da Assembleia da República.

Retiro

Fui convocado para uma acção de formação promovida pela DGIDC, em período pós-laboral, que se arrastará por dois fins-de-semana antes do Natal e que começa já… amanhã.
Para não escrever nada que me venha a arrepender, entro, a partir deste momento, em retiro sanitário.
É evidente que não me atreveria a sair de cena sem uma explicação para quem passa por aqui, propositadamente. Bom fim-de-semana!

É preciso ter calma…

Tenho notado que muitos colegas aguardam com bastante expectativa os resultados da reunião entre o ME e a Plataforma Sindical. O desgaste típico de final de período e a intensa propaganda “spamniana” pressionam os professores deixando-os mais susceptíveis e à beira de um ataque de nervos. É compreensível. Contudo, não é prudente antecipar a resolução do diferendo com o ME nos próximos dias. Porquê? Porque é necessário conter energias numa prova de resistência, caros velocistas da negociação, para não  se hipotecar o sucesso da corrida antes de abeirar a meta.

Obrigado, senhora ministra.

A luta é cada vez mais desigual entre professores titulares e professores não titulares. Vejo, com bastante apreensão, um certo anacronismo na resistência: pelo modo como se organizam os diferentes poderes re-instalados após a divisão da carreira; pela retórica de luta que não disfarça a ausência de solidariedade; pelo conformismo de quem procura silenciar as vozes da revolta.

Poderei parecer injusto, maniqueísta, eventualmente primário, na forma como cataloguei a tentativa de legitimação das castas na profissão docente a partir do interior da própria classe. Sei que me perdoarão os professores titulares que estão na luta de corpo e alma. Esses sabem muito bem do que falo porque não se escondem diante da ameaça do risco, camuflados pela bazófia oportunista…

Obrigado, senhora ministra.

Vem (e bem) a propósito…

Os professores: equívocos e fragilidades*
João Barroso

“Quando os ventos de mudança se aproximam nós temos três atitudes possíveis: Uns constroem muralhas porque vêem nesses ventos uma ameaça à sua situação; outros constroem moinhos porque vêem nas mudanças o vento que alimenta as pás do moinho e que permite fabricar qualquer coisa; e há sempre aqueles que se limitam a esconder a cabeça na areia. Ora eu acho que nos tempos de hoje os professores têm de fazer as três coisas ao mesmo tempo. Há de facto nestes ventos de mudança ameaças substantivas em relação à sua condição profissional, em relação à sua missão de serviço público, e nesse sentido, portanto, deverão estar atentos e construir essas muralhas defendendo de uma visão excessivamente economicista e excessivamente mercantil a actividade da escola e a sua função de prestador de serviços educativos. E em tudo o que puserem em causa esta missão eles deverão construir muralhas. Mas, por outro lado, eles devem construir moinhos porque em muitos desses ventos de mudança há condições objectivas para que os professores sejam sujeitos de uma maneira positiva ao controlo social sobre a escola, sejam obrigados a prestar contas do seu serviço, e sejam por essa via dignificados recuperando um estatuto social que a sua situação de funcionários mesquinhos retirou há já algum tempo. E depois em relação a muitas reformas e das mudanças que só são feitas para que o nome dos ministros fique no diário da república, então eles fazem muito bem em esconder a cabeça na areia porque como se sabe as reformas pretendem mudar a escola mas na maior parte dos casos é a escola que muda as reformas.

*[In: IX Congresso Científico-Pedagógico da AEPEC]

[o negrito é meu]
Reedição (1ª edição em 26 de Dezembro de 2006)

Um breve comentário só para reforçar este excerto: “Há de facto nestes ventos de mudança ameaças substantivas em relação à sua condição profissional, em relação à sua missão de serviço público, e nesse sentido, portanto, deverão estar atentos e construir essas muralhas defendendo de uma visão excessivamente economicista e excessivamente mercantil a actividade da escola e a sua função de prestador de serviços educativos. E em tudo o que puserem em causa esta missão eles deverão construir muralhas.

Nem mais, e é disso que se trata quando se apela à “desinscrição” da ADD.

Tapar o sol [da má governação] com a peneira [da autoridade]

“Das duas, uma: ou os professores inviabilizam o processo da avaliação na maioria dos 1200 agrupamentos escolares, e é então a autoridade do Governo que é posta em causa; ou a versão simplificada vai-se enraizando e o movimento de protesto perde força. Um dos dois campos perderá, sempre, a face.” (in: DN)

O editorialista parece ignorar as razões pelas quais o Governo arrisca pôr em causa a sua autoridade numa luta sectorial. Prefere enfatizar o lado bélico do diferendo ao invés de aclarar as causas do modus operandi político.

Se o editorialista pretendesse buscar as razões que motivaram o primeiro-ministro a correr o risco de sair perdedor, teria de elencar duas hipóteses: ou a situação governativa é periclitante e os resultados governativos estão aquém dos esperados face às promessas eleitorais, e a reforma (seja lá o que isso for) da educação seria a peneira pela qual o governo taparia o sol; ou o Governo quer mascarar a sua fraqueza face ao poder económico através de uma acção política musculada dirigida a um grupo sócio profissional aparentemente subserviente e tradicionalmente dividido.

Adenda: Ao evocar as reformas falhadas deste governo, dei por mim a reflectir sobre os critérios conceptuais que me permitem julgar a “qualidade” das reformas. É possível reformar sem inovar como é possível inovar sem progredir. Contudo, quer a reforma quer a inovação, para serem pedagogicamente relevantes, devem ter subjacentes uma ideia de progresso impregnado de uma componente ética: o progresso é moralmente bom.
Assim, nem a inovação é boa em si mesma, nem as reformas são boas em si mesmas. Temos pois que julgar as inovações a partir de uma instância de julgamento axiológica. De que adianta um progresso técnico, ou conceptual, ou formal, mas ser de facto uma regressão ética?

Não desarmar!

Escrevi a entrada anterior antes da aparição televisiva de Jorge Pedreira e do comunicado obtuso do ME na sua página oficial, que depois foi reencaminhado para as nossas caixas de correio. Defini aí duas condições de base para vencermos a batalha política: predisposição para a luta e resistência [activa – manifestações, greves, manifestos, etc.; ou passiva – “desinscrevendo” este modelo de ADD, isto é, não entregando os objectivos individuais]. É para mim evidente a tentativa do ME em salvar a face. Diz desdizendo-se, como escrevi em comentário a uma provocação de um leitor, esclarece baralhando, enfim, é a habitual birra do “quero, posso e mando.”

É neste quadro que a pergunta de fjSantos faz todo o sentido: qual a atitude mais inteligente a tomar? E faz ainda mais sentido a sua resposta:

“[…] Em primeiro lugar temos que definir claramente o campo em que nos situamos: estamos do lado dos professores (somos um dos 130 mil que fizeram greve no dia 3), ou estamos do lado do ME, do governo e do PS?

É que se a posição for a de apoiar a ministra, o caminho a seguir será o de aplaudir a “esperteza saloia” demonstrada pela “armadilha” montada por Jorge Pedreira, a qual se terá traduzido numa emboscada (a chamada dos sindicatos ao ministério) seguida do seu assassinato (através do comunicado publicado no portal do ME e enviado por email aos professores. É o que têm feito os comentadores do PS, destacados para a provocação nas caixas de comentários dos blogues de professores, nos quais se demonstra a forma como o rei vai nú.

A solução a seguir por quem continua a defender a escola pública, para quem não abdica de ser professor, para quem sabe que é apenas uma questão de tempo a substituição desta legislação errada e injusta, é a de manter a serenidade, a vigilância e a determinação na luta.

O comunicado do ME não tem mais valor do que a reunião da semana passada no largo do Rato, ou do que as declarações que Filipe do Paulo foi induzido a fazer à saída dessa reunião, ou do que todos os anteriores emails que a DGRHE tem mandado aos professores. Por isso ninguém deve entrar em pânico, temendo termos sido “mais uma vez enganados”.

Não vai haver nenhum entendimento (parte II), nem houve qualquer capitulação dos professores ou dos seus representantes. A plataforma sindical sabe bem o que nós queremos e é só isso que tem que colocar em cima da mesa:

  • uma avaliação séria, justa e formativa;
  • uma solução transitória, este ano, com credibilidade e justiça;
  • negociação do ECD;
  • fim da divisão da carreira;
  • um modelo de avaliação formativo, a partir do próximo ano.

Mas a plataforma também sabe muito bem que:

  • os professores estão vigilantes e determinados;
  • que estamos dispostos a continuar a luta;
  • que estamos decididos a desobedecer a ordens injustas e ilegais e, por isso, disponíveis para promover a desobediência civil em relação ao modelo de avaliação que o ministério quer impor.

É tudo isto que os dirigentes sindicais têm que transmitir no dia 15, quando se sentarem à mesa das negociações. De forma clara e serena, mas com a determinação de se sentirem mandatados por mais de 130 mil professores, sindicalizados ou não.” (in: (Re)Flexões)

Abertura negocial com a guarda bem alta!

Foram suspensas as greves regionais mas continua agendada a Greve Nacional para 19 de Janeiro. A Plataforma dá um sinal de abertura negocial mas mantém a guarda alta. Em 15/12 haverá um encontro entre a plataforma e o ME estando em cima na mesa a suspensão do modelo de avaliação e a negociação do ECD, nomeadamente, os pontos que dizem respeito à absurda divisão da carreira.

Os professores já perceberam que a luta e a resistência são duas condições necessárias para lidar com este governo. Apesar do enorme desgaste, físico, emocional e financeiro, a que têm estado sujeitos, os professores devem continuar disponíveis para regressar à luta dura e dolorosa se o ME fugir à negociação da carreira e de um novo modelo de avaliação.

Ainda é cedo para lançar foguetes mas estou certo de que este é o caminho que nos interesse trilhar.

A custódia – O papel social da escola

“Greve dos professores. Adesão elevada. Conselhos Executivos e funcionários auxiliares mantêm muitas escolas em funcionamento. A Ministra da Educação tinha pressionado os Conselhos Executivos para manterem as escolas abertas. Conclusão: as escolas não precisam de professores. Precisam apenas de Conselhos Executivos para mandar nos funcionários, funcionários para abrir o portão e para manter a cantina a funcionar e burocratas para inflacionar as notas. Sem professores, a escola pode finalmente desempenhar o seu papel social: manter os miúdos ocupados e num local seguro enquanto os pais vão trabalhar.” (in: Blasfémias)

Greves de professores, só aos fins-de-semana.

Albino Almeida entrou, definitivamente, no anedotário da coisa educativa. O pseudo pai da nação parece profundamente indignado com os efeitos da greve. No jornal da tarde, na RTP1, o rosto confapiano diz ter tomado conhecimento de que, em algumas escolas de Mangualde e Viseu?, alguns senhores professores permaneciam no local de trabalho, em greve, sem supervisionar as crianças.

Eu sei, a iliteracia democrática não me devia fazer sorrir.