Proposta do ME (2 de Dezembro) – Um enigma.

Dir-me-ão que estou demasiado optimista face ao faz que vai e não vai, simula para a direita e finta para a esquerda. É evidente que o governo insiste num ponto que é, no mínimo, controverso: a manutenção das quotas para os docentes plumas e meios-pesados (3º, 5º, 7º escalão).

Isto só para nós que ninguém nos escuta, das duas uma: ou este ME quer confundir a comunicação social dando a entender que preservará intocável uma das bandeiras do trio maravilha, que saiu para férias sabáticas 😉 , para a deixar a meia haste, paulatinamente; ou então está a jogar com dois baralhos. Eu quero continuar a crer que o ME está de boa-fé negocial.

Mas as quotas para as melhores notas, que permitirão aos professores avançar na carreira sem estarem dependentes de vagas nos escalões superiores, estão definitivamente “em cima da mesa”.

“A percentagem [dessas quotas] é que pode ser discutida”, admitiu o secretário de Estado.

Contudo, salientou, os professores que sejam classificados com “excelente” ou “muito bom” poderão progredir na carreira sem precisarem de “esperar por vagas nos escalões seguintes”. (in: JN)

Confusos? Afinal, há quotas, ou não? Que grande nóia…

Parece-me claro que as classificações de Muito Bom e Excelente só serão atribuídas com aulas observadas, uma espécie  de livre de trânsito para a progressão na carreira, como se lê aqui:

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O problema é que esta redacção é, no mínimo, enigmática. Há vagas a granel, o problema é que as classificações terão freio, em condições a regular!? Valha-me Deus… Decidam-se: Não há contingentação de vagas mas há contingentação das classificações de Muito Bom e de Excelente!?

Não deixa de ser curioso que o pessoal mais antigo na carreira possa ficar dispensado destas modernices sendo dispensado de solicitar o que quer que seja para progredir até ao índice 370. O que me leva a depreender que o excelso mérito será obrigatório apenas para quem estiver estacionado abaixo do índice 245, a não ser que os pesos-pesados requeiram a observação de aulas só para fortalecer a auto-estima, não é verdade?

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