Dia do Professor

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Se pudermos inculcar na criança alguns sonhos, uma certa recusa da vulgaridade, do inumano, da enorme decepção, então temos uma hipótese de ganhar a batalha. É nos primeiros anos do secundário que se joga o drama mais complexo, que é o de fazer crer à criança que há sonhos, eventuais transcendências possíveis. O horror do nosso ensino, da sua falsa realidade – um realismo brutal e falso – é minorar os sonhos da criança. Em vez de fazer mais do que a criança compreende, é sempre preciso ir um pouco mais longe, é preciso que a criança estenda o braço e a mão para tentar apanhar a bola, mesmo que isso a ultrapasse. A grande alegria só começa quando se diz: «Ainda não compreendi, mas vou compreender. Ainda não desfrutei disso, mas vou desfrutar.»

Ao nivelar, ao fazer uma falsa democracia da mediocridade, mata-se na criança a possibilidade de ultrapassar os seus limites sociais, domésticos, pessoais e até físicos. (G. Steiner)

Numa escola construtora de uma falsa democracia da mediocridade, como é a escola de hoje – uma escola utilitarista -, caberá ao professor compensar a vulgarização do ensino secundário?

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