O Ramiro apela a que nos habituemos. Nós, os famigerados sindicalistas e blogueiros, temos de habituar-nos ao silêncio conivente de Nuno Crato. Um silêncio legitimador das políticas de Maria de Lurdes Rodrigues e Isabel Alçada que tanto criticou enquanto opinador e conferencista.
Este apelo do Ramiro fez-me lembrar a expressão socratina de quem se acolita ao poder: quem se mete com o PS(D) leva.
De facto já estamos habituados porque ainda não tivemos tempo para esquecer de que massa é feito o embuste e o político ardiloso.
Apelos a que as pessoas se habituem lembram-me apelos à acomodação e põem-me os braços com os pelinhos eriçados. Deixei este comentário ao Ramiro:
“Que triste é ler um escrito que acaba assim:
“Habituem-se, meus caros!
O Mundo é mesmo assim: carregado de injustiças. Sempre que nos deixamos iludir por aqueles que têm a pretensão de criar um Mundo perfeito e justo acabamos a viver num pesadelo.”
Perfeição não existe, mas “habituação” a um mundo injusto é um insulto para todos aqueles que lutaram, e alguns deram a vida, por um mundo mais justo, tendo ganho as suas causas. Não vale a pena deixar nomes históricos – sem ofensa, mas parece que o Ramiro esqueceu a História.