Meta reflexão.

A acção de formação aludida nas entradas anteriores não dispensa a leitura do diploma que traça o perfil geral do desempenho profissional dos professores dos ensinos básico e secundário.

Estar ciente dos referenciais que balizam a actividade docente é requisito essencial de uma prática (in)formada.
Questiono seriamente o valor que é conferido à reflexividade docente por quem tutela a educação. Questiono o SENTIDO e o ALCANCE do articulado que refere, expressamente, que o professor “assume-se como um profissional de educação […] que recorre ao saber próprio da profissão, apoiado na investigação e na reflexão partilhada da prática educativa e enquadrado em orientações de política educativa para cuja definição contribui activamente”.

Se sou convocado a participar na definição da orientação da política educativa onde, quando, e como posso exercer esta obrigação? E como estamos nos limites dos referenciais da actividade profissional, onde se situa a fronteira da sublevação?

9 thoughts on “Meta reflexão.

  1. Querias… Tu bem querias…Traça lá os teus objectivinhos e vê lá se os negoceias bem negociados senão a curva de Gauss ainda te foge para o extremo dos cromos. Sim dos cromos para cromar… Olha-me este a falar de sublevação… A propósito o dicionário da 5 de Outubro tem o significado disso?
    Oh Miguel vê lá como participas, é que participar é também fazer muito bem o que te mandam, ou como diria o outro, o segredo está em nunca fazermos bem, bem, o que nos mandam. Fazer só um bocadinho mais ao lado. Não é?

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  2. Os professores fizeram o que consta do articulado do conteúdo funcional da profissão (artigo 35) e, como não têm outra forma de expressar o que a própria lei do seu ECD impõe, vieram para a rua manifestar publicamente o fruto dessa reflexão. A 8 de Março de 2008 em Liboa e em vários outras cidades de todo o país. Quase todos reflectiram como se pode constatar. E disseram “não”.
    O que fizeram os sindicatos de professores? Assinaram um “memorando de entendimento” com o patrão a dizerem “sim”. Mandaram a “reflexão” dos professores toda para o lixo.
    Qual a diferença de facto entre o patrão e os sindicatos? …

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  3. Ana
    Não estou certo de que o 8 de Março foi o resultado de um exercício reflexivo. Diria que se tratou de um exercício reactivo… do género “Maria vai com as outras”.
    Quanto ao memorando de entendimento, eu não faço tua leitura da situação: face ao modo como as ordens do patrão estavam a ser aplicadas nas escolas no momento em que o memorando foi assinado, o “acordo” foi um passo acertado.

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  4. Discordo das leituras que fazes, Miguel. Ninguém se desloca para manifestações daquela envergadura “porque vai com as outras”. Os professores têm mais que fazer…
    Agora se foi por uma consciência política ampla dos efeitos para os próprios e para os alunos e de consciência cívica muito apurada muito evoluída de grupo direi que aí já coloco algumas reticências a muitos professores que participaram nas manifestações. O cerne da questão como sabes não é a desavaliação. É o de filosofia educativa plasmado no ECD. A partir do articulado do próprio ECD inferem-se as políticas e através da sua pragmatização (via implementação) confirma-se a filosofia e a ideologia política subjacente a estes indivíduos do desgoverno pátrio. Os sindicatos ou não sabem ou não querem colocar o debate no seu devido lugar.
    No que subjaz ao articulado do ECD. E as consequências dramáticas para a sociedade portuguesa se isto tudo não for desmontado.

    Na altura do “memorando” a dita “avaliação” já tinha caído de podre…Para quê retomar tudo de novo? Imagino quais as argumentações dos sindicatos: os professores não têm formação para tal (pimba, toneladas de formacionis); os professores do pré e 1º ciclo não podem … (sai logo um dispacho a ficarem dispensados do trabalho com turmas); etc

    Foi sempre assim que negociaram com os outros governos. Com este isso não funciona e tem acarretado muitíssimos mais problemas para os professores do que o contrário. Em 3 anos, as maiores alcavalas de injustiças surgem depois dos sindicatos irem às ditas reuniões com o patrão. Segui durante bastante tempo com toda a atenção este processo. Na prática gerou problemas inacreditáveis na classe. Tenho muitos exemplos, como podes calcular, demonstrativos do que estou a afirmar.
    Muitos. Até ,em alguns casos, sei de onde e de quem surgiu x questão que levou a uma “correcção da tutela” a nível nacional…!

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  5. “Muitos. Até ,em alguns casos, sei de onde e de quem surgiu x questão que levou a uma “correcção da tutela” a nível nacional…!”

    Acrescento.
    O problema é que estas “correcções a nível nacional”, porque completamente parcelares e espartinhadas, têm gerados índices elevadíssimas das mais gritantes injustiças dentro da classe. É um “cozinhado” totalmente preverso.

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  6. Ana
    Não precisa de imaginar as argumentações do sindicatos: elas foram claramente expressas em inumeros textos ou em reuniões públicas. E para quem “está tão por dentro”, estranho tantas ignorâncias.
    Quanto ao ECD tem toda a razão: aí está a raiz de todos os males. Só lembro que não foi por falta de esforço dos Sindicatos que os profs, na altura, pouco acordaram.
    Quanto ao resto, na análise política, discordamos frontamente. Se calhar ainda bem…

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  7. Sousa,

    Referi-me a “argumentações do sindicatos” nas reuniões diárias e semanais dos sindicatos na 5 de Outubro, durante 3 anos. Etc.

    Era só o que faltava que assim não fosse … “Não precisa de imaginar as argumentações do sindicatos: elas foram claramente expressas em inumeros textos ou em reuniões públicas.”

    “Quanto ao ECD tem toda a razão: aí está a raiz de todos os males. Só lembro que não foi por falta de esforço dos Sindicatos que os profs, na altura, pouco acordaram.”

    Aqui terá alguma razão. Mas sabem ou não os sindicalistas experientes que muitos professores têm um passado de vivência nas escolas de algum medo e de não gostarem de fazer “ondas” e que foram desde o início intimidados?

    “Quanto ao resto, na análise política, discordamos frontamente. Se calhar ainda bem…”

    Pois. Se calhar ainda bem.

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  8. Miguel
    há uma Campanha de Solidariedade com Cuba para responder às necessidades prementes de alguns bens essenciais decorrentes da devastação dos últimos furações que por ´lá passaram. Pelo menos aqui no Porto está activa essa Campanha. Se puderes divulga. A blogosfera e blogs de grande audiência como este podem jogar papel fundamental.

    “Amigos(as)

    Aqui segue uma lista de instituições que se encontram a recolher os bens alimentares para ajuda ao povo cubano.
    O primeiro avião com alimentos parte no dia 24 de Setembro, na próxima 4ª feira.
    Ainda temos tempo para fazer chegar uma primeira ajuda a estes locais.
    Depois deste outros se seguirão.
    Toda a nossa disponibilidade solidária é importante!

    Refiro os alimentos necessários:
    – leite em pó
    – massa
    – arroz
    – conservas

    beijinhos a todos
    Manuela Silva

    locais de recolha de alimentos:

    PORTOCOMCUBA
    Rua Barão Forrester, 790
    4050-272 Porto
    Telefones: 962 539 884 / 966 316 201 / 938 460 221

    Casa Sindical de Vila do Conde
    Rua do Lidador, 46 – R/C – 4480-791 VILA DO CONDE – Telef. 252631478

    Sindicato do Comércio, Escritórios – CESP (Delegação Porto)
    Rua Fernandes Tomás, 626 – 4000-211 PORTO – Telef. 222073050

    Delegação do CESP na Póvoa de Varzim
    Rua da Junqueira, 2 – 4490-519 PÓVOA DE VARZIM – Telef. 252621687

    CASA SINDICAL (TVC)
    Av. da Boavista, 583 – 4100-127 PORTO – Telef. 226002377

    Sindicato dos Professores do Norte
    Rua D. Manuel II, 51-3.º – 4050-345 PORTO – Telef. 226070500

    Sindicato da Construção e Madeiras
    Rua de Santos Pousada, 611 – 4000-487 PORTO – Telef. 225390044

    Casa Sindical de Santo Tirso
    Rua Tomás Pelayo, – 4780-557 SANTO TIRSO – Telef. 252855470

    União Local de Felgueiras
    R. dos Bombeiros Voluntários, R/C – Esq.-T. – FELGUEIRAS – Telef. 252631478

    Casa Sindical USP
    Rua Padre António Vieira, 195 – 4300-031 PORTO – Telef. 225198600

    Casa da Paz – (Secretariado permanente da Campanha)

    Rua Rodrigo da Fonseca, 56 – 2º – Lisboa (perto do Marquês de Pombal)
    Contactos
    Telefones: 213 863 375 / 213 863 575
    Fax: 213 863 221
    Telemóveis: 962 022 207, 962 022 208, 966 342 254, 914 501 963

    Campanha de ajuda humanitária ao povo de Cuba

    Porto mobiliza-se para a ajuda ao povo de Cuba

    A PORTOCOMCUBA, organização promotora da campanha de ajuda humanitária ao povo de Cuba lançada em Portugal na sequência da dramática devastação provocada pela passagem de dois furacões e uma tempestade tropical, apelou hoje em conferência de imprensa, à mobilização de todos os portugueses em torno do objectivo de, até dia 24 de Setembro, se reunir o maior número de embalagens de Leite em pó, massa, arroz e conservas para a ajuda imediata ao povo cubano.

    A PORTOCOMCUBA reafirmou que sempre esteve e sempre estará solidária com o povo cubano nos momentos mais ou menos difíceis da sua história, e que assumirá a ajuda fraterna nesta circunstância de maior necessidade. Apelou ainda à compreensão geral da população em relação a estas necessidades imediatas do povo cubano.

    _______________________________________________________________

    A União de Sindicatos do Porto também se solidarizou com a campanha de recolha de alimentos para as vítimas dos furacões em Cuba, levada a cabo pela Comissão PortoComCuba.”

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