A notícia da guerra entre o ME e a ANMP suscita no professorado reacções ambivalentes. Até parece que vivemos imersos num mar de contradições, interpretadas, muitas vezes, pelo desfasamento entre o desejável e o possível. Enquanto um observador exterior verá uma resistência à mudança, nós vemos uma atitude homeostástica.
Vejamos: O ME, o tal molusco hediondo cujos tentáculos se estendem até à sala de aula, é acusado de tudo querer controlar, limitando a autonomia profissional, coarctando a iniciativa dos professores, só (?) para não perder o controlo ideológico da escolarização. Quando decide descentralizar competências para o poder local, territorializar políticas educativas, alto lá! Descentralizar sim mas ainda não estão garantidas as condições, isto é, o poder local ainda não é de confiança, as redes de caciques estão de “pedra e cal”. Descentralizar com este poder local, não!
Se por um lado é desejável acabar com o grande polvo, por outro lado ainda não é possível porque ao poder local subjaz a lógica dos cefalópodes.
Em que ficamos? Afinal, @s senhor@s professor@s querem o quê?
Gostaria de ver o Miguel a defender a Gestão da Escolas pelos Professores e não pelos burocratas, ou tecnocratas, que foi sempre quem mandou~no sector. Agora pior. Estar nas “mãos” do poder central ou de um qualquer poder local, vai ter ao mesmo. Ou pior, considero eu.
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Miguel
A Educação é algo que tem dimensão nacional e por isso acho que deve estar a esse nível. No caso português acho que há motivos acrescentados que já foram expostos por muitos para que não aconteça uma municipalização da Educação. Só que dizer que a Educação deve ter dimensão nacional ao nivel do Estado não quer dizer um polvo centralizador.
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Ana
Tenho sido um crítico da “tecnocracia gerencialista” e não defendi, na entrada anterior, uma transferência de competências para as autarquias. O que me limitei a fazer foi uma provocação, talvez uma autoprovocação, com o intuito de poder aclarar as minhas ambiguidades, que serão as ambiguidades de muitos outros professores.
Admitamos a descentralização de competências do ME para as escolas e pensemos num cenário em que a gestão das escolas deve ter uma responsabilidade situada, isto é, que os professores directores (órgão unipessoal ou colegial) passam a mandar nas escolas. Quem presta contas a quem, Ana?
Henrique
Admitamos que a Educação deve ter uma dimensão nacional. Como responder às necessidades educativas locais? Defendes uma escola de formato único?
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Concordo com o Henrique. E penso que a Educação ter uma dimensão nacional ao nível do Estado não impede necessariamente que se responda às necessidades educativas locais (estou a usar as vossas palavras). Não haverá que aprofundar (e talvez alargar) a ideia de “gestão flexível do currículo”, considerado este no seu sentido mais lato?
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Miguel, nas escolas só poderão existir duas carreiras. A de professor e a de direcção de estabelecimento ou Agrupamento. Porque não é criada a carreira técnica de direcção com concursos a que podem concorrer professores de carreira e que terão depois uma formação especializada (nada de eduqueses ou outras trapalhices do género) na área da gestão técnica pedagógica, de gestão de grupos, de direcção afinal?
Abrem vagas a nível nacional para a direcção de escolas. Carreira técnica.
Existem 5 direcções operacionais no país, descencentradas. O problema desta 5 direcções regionais é que os directores regionais são de escolha política e não técnica, de alta gestão e competência e mérito reconhecido. Deixem de o ser.
E bastava o departamento governamental, com gabinetes de assessorias tecnicas especializadas.
Uma boa Inspecção.
Está tudo. Creio.
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